quarta-feira, agosto 06, 2003


Ensino - Há coisas que me espantam, que se me assemelham como irrisórias. Os exames nacionais do 12º ano são um bom exemplo. Porquê, perguntam vocês pensando que, já que tiveram a coragem e a ousadia de abrir esta página, ao menos que fiquem ao certo o que este marmelo quer insinuar com tal afirmação.

É simples. E pode ser concretizado sobre a forma duma interrogação. Será que alguma vez teremos um ano neste famigerado país em que os exames nacionais decorram com normalidade? E já nem sequer falo dos tradicionais resultados desastrosos, falo apenas do processo de avaliação em si.

Confesso não ter acompanhado de perto o que sucedeu este ano mas, pelos vistos, não é sequer necessário dar muita atenção para ficar com má impressão. Eis algumas das notícias que me ficaram nos ouvidos:
1 – A prova de física tinha uma pergunta dúbia que admitia mais que uma resposta. Os exames voltaram aos correctores para que estes reavaliassem a dita pergunta segundo os novos critérios estabelecidos;
2 – Penso que decorrente desta primeira notícia, a data de afixação das notas atrasou do dia 22 Julho para o dia 2 de Agosto, altura em que muitos gostariam ir de férias mas acabaram por não o fazer, na expectativa da saber o que lhes calhou na rifa e de tratar do processo de candidatura ao ensino superior;
3 – A prova de Geometria Descritiva também padecia duma dessas perguntas meio dúbias, se bem que desta vez não houve lugar a alteração dos critérios de avaliação nem reavaliação das notas, pese embora a contestação de alunos e professores;
4 – Houve um professor dum dos inúmeros liceus que, por lapso, se esqueceu cobrir um capítulo da matéria estabelecida para exame. Os alunos deram pela falha, comunicaram-lhe e, nas vésperas do exame, o stôr deu-lhes umas esfregas de Eugénio de Andrade que, acaso do destino, acabou por ser o autor que saiu na prova. Os alunos queixam-se que a prova lhes correu mal devido à forma como lhes foi ministrada a matéria. E, é claro, querem repetir.

Quedo-me por aqui, mesmo que soubesse mais não continuaria, penso que chega para dar uma ideia do panorama. Só acho é que, com tanta preocupação manifestada e tanta discussão em torno dos maus resultados dos alunos, se calhar está na hora de pensar em classificar os responsáveis pela feitura dos exames e averiguar se estes últimos sofrem ou não dum problema de insucesso escolar.

Digo eu, que não percebo nada disto