quarta-feira, novembro 30, 2005

Evitar a todo o custo - que os condenados à morte consigam a sua desforra e se suicidem antes que o Estado lhes cure o sarampo encerra um paradoxo muito interessante. E mostra que a pena de morte tem muito mais de vingança do que aquilo que as penas deveriam ter.

Justiça, para os mais esquecidos.
Quando era mais miúdo - e tinha pouco com que me entreter, por vezes punha-me a jogar SimCity (Nem de propósito: nota mental – escrever acerca de jogos de computador). Ia às opções e afastava a possibilidade de desastres naturais e todos os outros acontecimentos nefastos que pudessem assolar a minha cidade.

E depois divertia-me a ver crescer. Crescer, crescer, crescer. Atribuía funções aos terrenos, acelerava a passagem do tempo, tentava aumentar as minhas receitas dos impostos para poder ir fazendo ainda mais construção, como estradas, caminhos-de-ferro, metros, escolas, hospitais e demais equipamentos sociais.

Obviamente que, a partir de certa altura, a cidade transformava-se num caos de todo o tamanho, que só não era ingovernável porque eu, providencialmente, tinha acabado com o mal pela raiz, impedido que pudessem surgir os problemas que, de facto, condicionam, e de que maneira, as cidades reais.

Não sei explicar porquê mas hoje ocorreu-me que, provavelmente, a grande falha na educação cívica dos decisores de política deste país, sobretudo ao nível das autarquias, foi o de nunca terem jogado ao SimCity quando era novitos. Talvez assim se tivessem apercebido como eu, que crescer, crescer, crescer não é o cerne.

Ou então não. Porque o SimCity não tinha nem “suborno”, nem “populismo”, nem “eleitoralismo” como opções que eu pudesse providencialmente activar.

terça-feira, novembro 29, 2005

Plocula-se massagista oliental - , que domine as técnicas ascentlais de lelaxamento musculal dos povos daquela legião da Tella. A nacionalidade, em concleto, não é impoltante. A candidata telá que possuil mãos suaves e delicadas e, simultaneamente, foltes e celteilas, telá uma especial apetência pela legião celvical, bem como muita paciência, assim como amol e calinho para dal às minhas licas costinhas.

No caso de candidatas com iguais qualificações, dá-se plefelência àquela que soubel fazel clepes e polco aglidoce. Lesposta neste númelo.
Queria que me quissesses
Visses
Sentisses
Cheirasses
Provasses
Que me excitasses
Desejasses
Beijasses
Possuísses
Comesses

Queria que me quissesses
Mas não queria que me amasses

segunda-feira, novembro 28, 2005

Comecei a manhã a ouvir - uma espécie de piar muito agudo, que conseguia atravessar o vidro duplo que me separa da rua. A melodia sempre a mesma, composta de duas frases, com uns laivos de trinado bastante pronunciado no final de cada uma. Só duas entidades são capazes de produzir este som, pensei de mim para mim. Depois ouvi o som de uma máquina a cortar metal. E então percebi que não era um pássaro.

Era mesmo o tipo das obras da casa aqui ao lado.

domingo, novembro 27, 2005

Começou por lhe dizer que sim para depois dizer que não
Combinar com ele às tantas horas para não aparecer
Confessava-lhe algo para depois dizer o contrário às amigas
Pouco depois abria as cartas dele só para as deitar na fogueira
Ouvia o voice-mail dele só para o apagar de seguida
No final, fingia que não estava em casa para não lhe abrir a porta
Atendia-lhe as chamadas para lhe desligar o telefone na cara

No dia em que ele desapareceu teve uma súbita vontade de o procurar.

sábado, novembro 26, 2005

“Finally, not all spending on education is intended to yield productive human capital: philosophy, religion and literature, for example, although serving in part to train the mind, might also be a form of consumption.”

Mankiw, Romer and Weil; A Contribution to the Empirics of Economic Growth

sexta-feira, novembro 25, 2005

Enquanto que - os primeiros dias foram de um sol radiante, como se os elementos ou mesmo, quiçá, o próprio São Pedro em pessoa, me quisessem dar as boas vindas pela entrada nas férias, dia de hoje voltou a pôr tudo de novo na devida perspectiva. Isto porque quarta e quinta ainda foram dias de aulas, fortemente marcados, diga-se de passagem, pela entrega dos malfadados problem-sets.

Só hoje assentei arraias. Aterrei à velha mesa de plástico redonda, solução improvisada que se manteve, montada de frente para a janela rectangular que tem a transição de São João para São Pedro, aquele das Varandas, como fundo, até que os dois são engolidos pelo espelho da água do mar, onde os navios esperam o momento de entrada no Porto de Lisboa.

O dia nasceu com uma ou outra nuvem. Ocasionais, esporádicas. Depois, o clima de tragédia grega foi progressivamente adensando. Agora chove. O cinzento é a cor predominante. É o meu primeiro dia de estudo a sério desde há muito tempo. A última vez foi no final de 2003; Erasmus não entra para esta contabilidade, entra para outras.

Será alguma nostalgia…? Equações, modelos, papers, alfas, lambdas, rós, fis, betas, gamas, taxas de crescimento, steady-state, níveis, variáveis endógenas e exógenas, folhas de rascunho, exames anteriores, coçar a cabeça, mexer na cadeira, dor de pescoço, mãos sujas de tinta da caneta, olhos cansados. Tudo isto regado com uma excelsa colheita de Keith Jarrett, Pat Metheny e outros que tais, daqueles que tocam suave e permitem concentração.

São estas as minhas férias. Dói. Sete dias. Penso nos sítios onde poderia estar, penso naquilo que poderia estar a fazer, penso nas pessoas que poderia rever. Penso em tudo o que me falta fazer. Penso como me ensinaram a pensar, no custo relativo, ou de oportunidade para ser mais científico, das opções que racionalmente (?) tomamos.

Penso no meu gato, o Chico. Não o Tobias, cuja foto já se encontra em arquivos longínquos. Nunca falei no meu gato Chico (pois não…?) Aquele que tivemos que deixar ir desde a última vez que estudei. Entrava no meu quarto sem se ouvir, dizia-me bom dia. Depois aninhava-se no tapete azul e fazia-me companhia a manhã toda.

Continuo aqui. Eu e a minha janela.

quinta-feira, novembro 24, 2005

A previsibilidade é típica – neste tipo espectáculos. Assim como alguma frieza, alguma distanciamento. De resto, só tenho notas positivas para dar. Um Atlântico repleto com 16 mil gargantas que sabem as letras de cor e salteado. Não seria de esperar menos, uma vez que estavam perante dois álbuns que são praticamente colectâneas de singles.

Os novos Speed of Sound, Fix you e White Shadows . Os mais velhinhos Clocks, o Scientist com a balda na letra que acabou por ficar muito bem no ensemble, o Yellow, uma parca representação do Parachutes. Mas confesso que é o Politik, segundo lugar no alinhamento, que mais me faz regressar a casa de sorriso na cara.

Uma hora e meia de Coldplay só pôde saber a pouco.
Se é proibido – conduzir a falar à telegaita, se é proibido ocupar umas das mãos com uma sandocha, se o belo do chinelinho de quem vai a banhos também pressupõe uma contra-ordenação, para quando a coima por conduzir ao mesmo tempo que se tira um macaco do nariz…?

Neste caso, o burrié pode ser igualmente perigoso.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Há dias reparei - que vão lançar um livro com as cartas de amor que o Lobo Antunes escreveu à mulher. Não percebo porque lançam livros com cartas de amantes. As cartas dos amantes foram escritas para ser lidas pelos amantes. São tão pessoais e intransmissíveis que não fazem sentido fora daquele grupo tão estrito e tão suficiente que são duas pessoas que se amam.

Para quê lê-las…?

terça-feira, novembro 22, 2005

A minha avó - gosta de me mostrar desenhos de quando eu era criança mesmo criança. Muita cor, casas quadradas, fumo na chaminé, sol, figuras humanas toscas. Olho para os pedaços de papel amarelecidos pelo tempo e pela velhice. Juro que olho com os olhos de quem quer mesmo ver. Mas não me lembro de nada. Não me ocorre nada. Nada me é sugerido. A não ser desenhos de putos.

Então faço-lhe um sorriso amarelo e tento dar-lhe o mínimo de atenção necessária para que não se zangue comigo. Isto porque a ela os desenhos têm verdadeiramente um significado. Tudo lhe ocorre quando os contempla. Um tempo em que eu era criança mesmo criança e devia ser fofinho e querido e todas essas coisas, como todas as crianças mesmo crianças são. Fá-la recordar um passado nostálgico. Por isso têm valor para ela. Para mim, só têm valor através dela, do que ela me conta.

De resto, um vazio total.

domingo, novembro 20, 2005

Até que lhe disse – que nunca a amaria. Porque não podia. Seria um erro conceptual. Os egocêntricos, por definição, não gostam de ninguém senão deles próprios.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Redenção – a música do Old Spice é a Carmina Burana… Desculpa lá o mau jeito, ó Carl Orff

terça-feira, novembro 15, 2005

Há dias - em que gostava de ter um limpa-neves só para conduzir no trânsito da hora de ponta.

domingo, novembro 13, 2005

Flashback #2 - Não compres esse bilhete, eu arranjo-te. Respondi um “ok” tímido, perante tamanha tirada assertiva. No dia antes do concerto, disse-me que estava difícil, já estava esgotado há algum tempo e ela ainda não se tinha apercebido. No próprio dia, disse-me que tinha que a bajular intensamente; tinha conseguido, não obstante a dificuldade.

À porta, um bocado antes. Dez, quinze minutos. Mas os jogos de futebol em Alvalade semeiam o caos e a confusão. Sobretudo quando não nos ocorre que, de facto, não são um mito e existem mesmo. Passou por mim de carro. Atrasada. Desculpou-se. Partiu rapidamente à procura dum lugar. Regressou a correr, pouco depois, tinha subido a Alameda da Cidade Universitária a correr.

Na Aula Magna não há lugares marcados, a antecedência é aconselhável. Dois lugares lá em cima nos píncaros, encostados àquelas coisas que parecem uma espécie de camarotes. Pelo menos dá para levantar e evitar estar muito tempo sentado naquelas cadeiras incómodas.

Olhou em redor. Ficou espantada com a fauna. Isto é só gajos. Avisei-te. Tipos de cabelo comprido, tatuagens, calças elásticas, correntes e afins. Os mais cromos sentam-se na primeira fila a apreciar a velocidade dos dedos do artista. Parecem gatos encadeados pela luz dos faróis dos carros. E as poucas gajas que ousam ir a um espectáculo do género usam roupa preta, piercings e correntes penduradas nos bolsos das calças.

Primeiro, Eric Sardinas e respectiva banda. Sardinas, percebi bem? Sim, sardinhas em espanhol, é isso mesmo. Um som de guitarra muito rústico, primitivo e excessivamente elevado. Muito bluesy, com algumas passagens rápidas para acrescentar um toque de modernidade. No final, presenteou-nos com a uma passagem pela plateia sempre a tocar, um bottleneck literal, com uma garrafa de cerveja a escorrer pelo braço e pelas cordas. Acabou à la Jimi Hendrix, ateando fogo ao corpo metálico.

Intervalo. A maioria das pessoas levantam-se. Vão fumar, vão buscar cervejas, vão fazer aquela chamada, mandar aquela mensagem. Aproveitei para esticar as pernas massacradas pelas costas da cadeira da frente. E para falar. Nota técnica? Espera até veres o que aí vem. De um a dez, este tipo é para aí um cinco comparado com o que vais ver a seguir. Prepara-te.

Mal sabia que também teria que me preparar. A física teima que as viagens no tempo ainda não são possíveis, são apenas coisas de filmes com argumentos criativos. Eu teimo o contrário. Naquele momento, voltei a ser um adolescente magricelas, óculos de massa a escorregar pelo nariz abaixo, sorriso amarelo cortado pelo aparelho dos dentes, menos barba mas mais acne do que aquele que ainda hoje tenho. E a voz a querer engrossar. Se bem que nunca tenha engrossado muito. E, se calhar, já é tarde para o fazer.

O Steve Vai entrou em palco frenético. Por entre luzes, fumos, instrumentos que brilham no escuro, indumentária criteriosamente escolhida, adereços, a guitarra com um som certeiro impressionou. O nível técnico veio todo ao de cima e, logo no final da primeira música, a minha companheira de salto quântico percebeu a diferença.

Música e mais música, muitos temas que não há muitos anos e que soaram imediatamente muito familiares e próximos. Solos gigantes de cada um dos instrumentistas da banda. Algumas piadas pelo meio. Três horas de concerto. Non stop. Mais tarde, à saída disse-me que, a certa altura, foquei o olhar no palco longínquo e carreguei no botão “rec”. É possível.

São agora, contas redondas, 1h00. Os meus ouvidos zumbem. Bastante. Mas resolvi dar-me por satisfeito. Bastante.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Flashback #1 – Fomos ao Cascaishopping porque a Custódio Cardoso Pereira tinha lá uma loja. No piso térreo, num canto, ao pé da entrada para o Continente. Entrou em liquidações porque ia fechar. Nesse mesmo dia, trouxe para casa uma rica “menina", uma Ibañez RG. Oferta dos meus avós. Foi há uns dez anos atrás. Eu era um puto com a mania das guitarradas e passei a ter nas mãos um rico bacalhau.

Na altura, tinha apenas uma guitarra acústica, a minha velhinha Raimundo que, ainda hoje, vai comigo para todo o lado (já conhece Portugal de norte a sul, a Espanha, a França e a Holanda). O problema da Raimundo era o mesmo de todas as guitarras acústicas: não é eléctrica. Como poderia um adolescente obcecado por cordas de aço e pickups sobreviver com nylon e uma caixa de madeira? Para além de que não podia tocar para lá do décimo segundo trasto, o que impossibilitava as malhas de todas as bandas e guitarristas que idolatrava. Sentia-me de mãos atadas.

Corriam os anos noventa mas as minhas orelhas estavam na década anterior. Os anos oitenta foram muito profícuos na produção de uma estética musical caracterizada por um nível de virtuosismo absurdamente elevado. A páginas tantas, a ideia central dos artistas era, única e exclusivamente, ser mais rápido que o parceiro do lado. O que, no limite, levava a colocar a lógica e o discurso musical de lado, em detrimento de frases rapidíssimas e de execução muito complicada.

Houve vários grandes mentores. O Joe Satriani foi, possivelmente, o que primeiro conheci, através do primeiro professor que tive, que dava umas aulas no Centro Cultural da Paróquia de Carcavelos. Foi assim que ouvi o álbum intitulado “Surfing with the alien”, o mais interessante de todos os que o Satriani gravou. E também foi por estas alturas que ouvi falar do Steve Vai pela primeira vez.

Já mais tarde, noutra escola e com outro professor, conheci e aprendi a apreciar melhor outros tipos de guitarristas. Eddie Van Halen, e o clássico “Eruption” do primeiro álbum da banda, Nuno Bettencourt e a fantástica mão direita que lhe permite imprimir um balanço incrível no álbum “Pornograffiti”. Finalmente, o Yngwie Malmsteen, enfant terrible que resolveu criar um estilo neo-clássico com muita escala harmónica e ideias “bachianas” pelo meio.

As horas que passei de guitarra em punho são incontáveis. Lembro-me particularmente de um verão cujas manhãs e noites foram todas passadas a tocar. Arranjava tablaturas, uma forma de escrita de música muito simplificada para quem não sabe ler a sério, e entretinha-me até à exaustão a tentar reproduzir as malhas de todos estes heróis. Ainda hoje estou para perceber como consegui atravessar as fases de frustração pela lentidão do progresso sem desistir.

Depois cresci. Teria uns dezoito anos quando começou a processar-se a transição. Comecei a comprar os meus primeiros CD’s de jazz. Já estava na faculdade quando passei de um professor que tocava maioritariamente rock para um ligado a fusão. De repente, os meus heróis passaram a ser o Scofield, o Metheny, o Jim Hall. Hoje em dia continuam a sê-lo, acompanhados por outras aquisições como o Rosenwinkel, de quem já aqui falei, o Mike Stern e o Abercrombie. Até que tive que arranjar outra guitarra, daquelas que não têm manivela nem são boas para fazer bends.

A gota final foi o dia em que me dei por satisfeito pela primeira vez por ter ido a um concerto e não sair de lá com os ouvidos a zumbir.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Valeu todo o dinheiro - que aqui foi metido, está espectacular. Isso [as derrapagens financeiras] pouco interessa, o que importa é o resultado final, a obra. Sabe, quando as ideias são boas, arranjam sempre maneira de canalizar todo o dinheiro de que necessitam. Não é o dinheiro que faz girar o mundo, são as ideias.

Excertos mais ou menos precisos daquilo que Soares mais ou menos disse na sua visita à Casa da Música no Porto. Como português, cidadão, contribuinte, seja o que for, apeteceu-me fazer dele um boletim de voto e riscá-lo de uma ponta a outra.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Ando a escrever - muitas postas começadas por “ando a”.
Não há fome que - não dê em fartura
Estou a tornar-me – num homenzinho. É oficial. Praticamente dez anos depois de começar a fazer a barba regularmente, estão-me finalmente/só agora?/aleluia!/ (riscar o que não interessa) a crescer pêlos escuros e farfalhudos no peito. Se bem que de uma forma algo anárquica, muito pouco simétrica e proporcionada. Provavelmente não será a melhor manifestação de estética corporal jamais vista.

Mas dá para fazer caracóis…

domingo, novembro 06, 2005

Depois - de Simão, Petit é o grande salvador.
Ando a comer - imenso chocolate. E doces, no geral.
Ando a – (ou continuo a) abusar de letras de músicas
After years of expensive education
A car full of books and anticipation
I'm an expert on Shakespeare and that's a hell of a lot
But the world don't need scholars as much as I thought

Maybe I'll go travelling for a year
Finding myself, or start a career
Could work for the poor, though I'm hungry for fame
We all seem so different but we're just the same

Maybe I'll go to the gym, so I don't get fat
Aren't things more easy, with a tight six pack
Who knows the answers, who do you trust
I can't even separate love from lust

Maybe I'll move back home and pay off my loans
Working nine to five, answering phones
But don't make me live for my Friday nights
Drinking eight pints and getting in fights

Maybe I'll just fall in love
That could solve it all
Philosophers say that that's enough
There surely must be more

Love ain't the answer, nor is work
The truth eludes me so much it hurts
But I'm still having fun and I guess that's the key
I'm a twentysomething and I'll keep being me


Jamie Cullum
Ando a perder – postas a torto e a direito porque tenho preguiça de tomar nota no meu rico caderninho as ideias, à medida que vão aparecendo.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Ando a dormir pouco - , estou cansado e tudo isso. Mas, de acordo com a oftalmologia, essa grande ciência, os meus olhos estão na mesma e aptos a funcionar com a devida correcção ocular. E juro que não sonhei acordado.

Ontem vi o Saramago a dar uma entrevista na SIC Notícias.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Mais - de uma década depois. Muita terra e um oceano a separar os locais. Mas o conceito e as consequências são os mesmos dos do caso Rodney King.
Queiram fazer o favor - de ignorar a associação entre Old Spice e Dvorák do texto anterior. O último andamento da “Aus der neuen Welt” é bastante conhecido mas de um qualquer filme. Autor e nome da música do anúncio do after-shave, desconheço. Mas é um rico exemplo. Assim como as adaptações do “O Sole Mio” feitas pela Pescanova. Ocorreu-me agora.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Há temas - que ficam para sempre associados a filmes. As Valquírias do Wagner, por exemplo, fazem-me sempre lembrar o Apocalipse Now: a entrada dos helicópteros sob o comando do Sargento que nem um arranhão sofre e que quer fazer surf na praia onde se está a travar o combate. O adagietto sehr langsam, ou “montes-da-lento”, em linguagem corriqueira, do Mahler, põe-me a ver navios a aproximar-se da Praça de São Marcos e a entrar pelos canais da Morte em Veneza adentro.

Não está mal. São bons filmes. O pior é quando ouvir determinada música remete para outro tipo de situações menos interessantes. Lembrei-me disto hoje porque resolvi pôr-me a carregar séries para a base de dados (um trabalho extasiante) ao som da “Aus der neuen Welt” do Dvorák. A páginas tantas entra o último andamento e de que me lembro eu? Do veleiro sacudido pelas ondas perigosas e espumosas do anúncio do Old Spice…Outro dos grandes clássicos é o “Cantaloupe Island” do Herbie Hancock. Desde um detergente de roupa qualquer (Persil ou Ariel) até a música de fundo de um programa sofisticado da SIC Notícias, já vi de tudo. Parece que foi feito a pensar em publicidade.

O que é chato. Porque tanto um como outro, à sua maneira, são belos temas.
Para um destes dias – fica a promessa de actualização de todos os links. Num dia de muita paciência e tempo disponível.

terça-feira, novembro 01, 2005

O verbo auxiliar - na maioria dos casos é “haben”. Ich habe gegessen, ich habe gesehen. O problema são os verbos que implicam movimento. Como “ir”, “subir”, por aí fora. Estes são conjugados com o auxiliar “sein”. Ich bin gegangen. É exactamente como francês. Quem souber a lista em francês, é só traduzir.
Já agora, há um caso que não é nada lógico. Sabem qual é?

Algum silêncio. Arrisquei:
É “naître” e “mourir”, não há aí nenhum movimento.
Ar espantado. Mão direita faz um gesto brusco. Desculpe lá pá, mas é uma “granda” viagem.
Calei-me no meio de alguns risos. Para voltar a abrir a boca pouco depois.
Afinal qual é o verbo?

É “rester”, obviamente.