quarta-feira, agosto 13, 2003


A Sudoeste tudo de novo – Disseram-me que, comparando com os anos anteriores, o problema da poeirada era bem menor. A relva tem destas maravilhas. Mesmo assim, as calças, o carro, a cara, as narinas, não escaparam incólumes aos fininhos grãozinhos que se infiltram por todo o lado.

Há a música. Muito boa por sinal. Do funk contagioso do Jamiro à presença explosiva da Skin, até à irreverência do Beck. É claro, também há a cerveja. Sim, porque, como ouvi dizer, muito boa gente perde o Norte no Sudoeste. Estava calor...

E depois há as pessoas. Há reencontros com este ou aquela que não víamos há séculos e tão depressa não vamos voltar a ver outra vez (talvez para o ano, quem sabe...). Mas mais importante, há os reencontros com pessoas verdadeiramente importantes que, por vicissitudes da vida, descolaram de nós ou nós delas. Não interessa saber se foi a primeira ou a segunda opção (embora esteja mais inclinado para aceitar a segunda), o que interessa é retomar o fio à meada e recomeçar. Os quilómetros, as noitadas, os copos, as gargalhadas, as poucas horas de sono, as dores nas pernas e nas costas das horas passadas em pé...nada disto teria feito sentido se não fosse por vocês.

E, de repente, ficámos ali sentados no chão,. com o som da Beth Gibbons por detrás. Eu na ponta do estrado de madeira da esplanada, ela na relva, em cima duma revista. A falar de coisas da vida. A pôr a conversa em dia. Pelo menos parte dela.
- Vamos ver o Beck? – perguntei assim que ouvi o primeiro acorde. Era o momento ideal para nos calarmos. A minha anfitriã anuiu com a cabeça e soltou um sorriso enquanto se levantava do chão.

Obrigado por tudo e mais alguma coisa.