segunda-feira, setembro 01, 2003


Desencontros – Como prometido, no seguimento dos blogues relativos a decisões. Aqui, o grande problema é o facto de ter havido uma qualquer situação no passado que influenciará, forçosamente, tudo o que, eventual e potencialmente, se possa vir a passar depois dessa situação. Não há hipótese. É taxativo, inexorável.

A única forma de ultrapassar este obstáculo é a vontade dos intervenientes. Às vezes é fácil, são pequenas pedras no sapato, facilmente removíveis. Outras nem por isso. Pode tratar-se de questões tão relevantes, tão pungentes, que, ao invés de vulgares pedras, são verdadeiras bisarmas do tamanho da serra da Sintra. Aí o caso é deveras pior. No limite, só mesmo um terramoto da dimensão do de 1755 as poderá remover do caminho.

O que é aborrecedor, mesmo desanimador. Porque é claro que o ideal seria que no final tudo se pudesse resolver pelo melhor. Assim, mais ou menos, como no Four weddings and a funeral (um filme que ocorreu imediatamente como bom exemplo), em que o Hugh Grant lá acaba por se entender com a Andie MacDowell no final, depois duma série de desencontros. Também é claro que na maior parte das vezes não acaba assim. Pelo menos na vida real. Se bem que, mesmo sem um happy end em vista, seja porque razão for, continuaria a ser agradável proceder à remoção dos ditos calhaus e afastar parte do gelo.

Infelizmente? Parece-me que sim, sem margem para dúvidas. Quem sabe? Eu não. Limito-me a dizer que é assim.

A todas as Pandoras e respectivas caixas que para aí andam.