segunda-feira, setembro 22, 2003


Escolinha – Éramos pequeninos, umas inocentes mentes abertas e extremamente receptivas a tudo o que se nos dizia. Até aqui, nada de forçosamente mau. Devido a esta superior capacidade de absorção se diz que é benéfico começar por ensinar línguas estrangeiras e a tabuada a crianças de tenra idade. Burro velho não aprende línguas...

Reverso da medalha: não se questiona nada. E as coisas ficam tão enraizadas tal forma é difícil pôr em xeque aquilo que nos disse a professora da primária em determinada altura. Muito mais difícil do que se for algo saído do professor catedrático e jubilado no âmbito do curso superior.

E depois há revelações... Quem disse que a palavra “saudade” era, unica e exclusivamente, uma invenção portuguesa? Sei que em inglês não há, em francês também não. No entanto, uma breve incursão num dicionário de alemão, na entrada “sehnsucht”, para ser mais específico, deita por terra as aspirações de exclusividade.

Será que como esta há mais? Será que alguma vez nos vamos aperceber até que ponto nos foi transmitida uma ideia completamente estapafúrdia, que se alojou há tanto tempo na nossa cabeça, a tal ponto que só a podemos retirar à pancada?

Deve ser por isso que não gostamos muito de espanhóis. Porque nos ensinam desde pequeninos.