sexta-feira, setembro 19, 2003


Gastronomia - Há, de certeza absoluta, não aceito qualquer tentativa de refutação, uma costela de masoquista em todos nós portugueses que aqui em Maastricht nos encontramos. Peço imensa desculpa se ofendo alguns de vós que, eventualmente, resolvam matar um bocado de tempo nalgum curto intervalo entre dois capítulos dum livro secante ou de alguma indisposição depois duma noita mais comprida.

Mas pensem bem nisto... Por quantas vezes já deram por vocês, e eu é claro que também estou metido ao barulho, a falar daquelas comezainas em que só se pode meter o dente se estivermos em terras lusitanas? Ele foi bacalhau com natas, ele foi feijoada, dobrada, ele foi petiscadas como caracóis e moelas, ele foi doces como os pastéis de feijão, de Belém, de Tentugal, as queijadinhas de Sintra. Até as supostamente simples coisas como uma boa bica ou cimbalino (não vá ofender susceptibilidades) vieram à baila.

É que torna-se complicado lidar com este distanciamento gastronómico. Ainda para mais quando vimos para a um país onde se janta às 18h e umas simples sandochas (às vezes, mal amanhadas...) passam por refeição. Não há barriga que aguente.

Resultado: estou aqui a escrever isto e tenho medo de apanhar um choque com a saliva que escorre para as teclas do computadeiro.