quarta-feira, setembro 10, 2003


O paradoxo holandês – No final do dia de apresentação organizado pela faculdade cá do sítio, assistimos a uma pequena palestra com um tipo que me disseram ser um dos professores mais badalados de cá. Vinha falar sobre a cultura holandesa. Começou por nos fazer perguntas.Onde estão? As respostas óbvias: na Holanda, em Maastricht, num anfiteatro. A partir daí discorreu sobre a história da cidade, enquadrou-a na do país.

A páginas tantas, perguntas sobre coisas que caracterizavam a Holanda: a baixa altitude, as bicicletas, etc. Vá, vá lá, digam-me agora as coisas que gostam ou não gostam da Holanda: os copos de cerveja são pequenos, o tempo é deprimente, as lojas fecham cedo...Até que finalmente, quando ele já dizia que nós nunca mais chegávamos ao cerne da questão, alguem mencionou o liberalismo. Ao que o professor pediu para concretizar. Com umas quantas piaditas pelo meios, surgiram a prostituição, os filmes porno, as drogas leves, a eutanásia. É verdade, nesse aspecto são mesmo liberais.

Mas já algum de vocês viu uma prostituta aqui em Maastricht? Um colega disse que não e o professor disse que no final lhe indicava onde as podia encontrar. E outras coisas. A pontualidade mostra quão inflexível um holandês pode ser. Dizia ele que os estrangeiros que vinham à Holanda achavam as raparigas muito bonitas, mas “very strict”. Há um grupo com uma representação parlamentar importante que quer retirar as mulheres de cargos públicos importantes e da política. E há problemas com os imigrantes.

Afinal, serão estes gajos loiros e olhos claros assim tão liberais?