terça-feira, setembro 09, 2003


Quem me avisa meu amigo é – costumam-nos ensinar desde pequeninos, juntamente com outros provérbios e lições do senso comum. Hoje vou exercitar esta frase de sabedoria popular dando-vos, caros blogoespectadores, um conselho da maior importância. Caso optem por não o levar em consideração, não venham dizer depois que não vos avisei.

No dia em questão (fatídico, nesse sentido) apanhei o comboio com poucas carruagens que sai da Centraal Station aqui de Maastricht. Meia-hora, três quartos de hora, não devia demorar mais que isso. A ideia, pelo que me lembro, foi da minha mãe, que ia toda contente. Até ligou a uma amiga belga a dizer que ia entrar no país dela. Enfim...

À chegada, tudo bem. Posto de turismo da estação, cá vamos nós, a menina lá nos explicou em franciú o que havia de interessante para ver, assinalou num mapa, indicou-nos o autocarro a apanhar para o centro da cidade. Lá foram os três da vida airada (falta dizer que também ia a minha irmã... tadinha, ia-me esquecendo dela...), saíram da estação.

Começa a desgraça. O mapa era tão incrivelmente bem feito que não nos apercebemos que há duas estações de comboios. Aquela onde tínhamos chegado não era a que vinha no mapa. Ou seja, o centro, que parecia tão perto de nós, afinal não estava. Mas isto só percebemos depois de termos entrado numa casa de apostas, que a minha irmã primeiro pensou que era uma agência de viagens por causa dos monitores pendurados no tecto onde se liam os jogos da jornada seguinte e os nomes dos cavalos das corridas, e de termos pedido ajuda à senhora que lá estava.

Lá chegámos ao centro de autocarro, e ainda foi uma viagem dos seus quinze minutitos. A praça onde se encontra o palácio da justiça até é girita, tirei umas fotografias e recomeçou a saga do mapa. Não conseguíamos perceber quais as ruas que víamos desenhadas, os nomes muito mal indicados, e os marmelos a quem perguntávamos também não faziam ideia. Bom, lá descobrimos o que parecia ser a forma de chegar mais para o centro. Em princípio, bastaria descer uma rua. Feia, escura, cinzenta, com um cheiro horrível. Parecia estrume.

E descemos a dita rua. Para chegar ao fundo e, na expectativa de encontrar edifícios históricos, antigos, ficámos de boca aberta a olhar para uma zona residencial e uma praça que era um autêntico descampado. Passado não muito tempo começou a chover. Para completar o ramalhete.

A maravilha destas coisas é que, aqui, os sítios estão todos muito perto uns dos outros. De maneira que acabámos o dia na Alemanha, em Aachen. Esta cidade sim, vale a pena visitar.

Pela vossa rica saúde, visitem a Bélgica, mas esqueçam Liège.