sexta-feira, setembro 26, 2003


Segunda Oportunidade - Não que tivesse partido reticente, com algum medo de repetir uma má experiência. Até porque, sejamos realistas, pior não me podia acontecer. Vai daí, foi com grande expectativa que disse que sim senhor, apanharia um comboio bem cedinho no sábado e só regressaria à base no domingo.A viagem faz-se bem, aqui as coisas são todas perto umas das outras.

Ver grandes edifícios não pode ser o objectivo primário duma deslocação a Bruges. Tirando a catedral com os seus perto de quatrocentos degraus (vale a pena subi-los porque a vista é bem bonita) não há mais nenhum que se candidate destacadamente à categoria de impressionante. Há, no entanto, um clima de pistoresco, de engraçadote por cada esquina que se passa, por cada canal que se cruza numa ponte de pequenos tijolos alaranjados. As janelas que dão para a água dos canais, onde os barcos apinhados de malta de máquina fotográfica em riste se cruzam, as esplanadas nas praças amplas, a música e os pequenos espectáculos que se vêem organizar dum momento para o outro, tudo isso dá cor e vida à cidade.

Praticamente o mesmo se puderia dizer de Antuérpia, excepto que aqui os edifícios já assumem um carácter mais destacado, o clima não é tão pitoresco e os arredores da cidade não interessam a ninguém. Nestoutra cidade, temos uma das catedrais maiores e mais, outra vez, impressionantes, que se podem visitar. Para além disso, a praça central, onde se encontra a famosa estátua que jorra água por todos os lados, e que tem como fundo a câmara municipal, totalmente enfeitada de bandeiras das mais variadas nações.

A páginas tantas pesou-me a consciência e resolvi dirigir-me de mansinho, como convém, a essa entidade estranha e misteriosa que é a Bélgica. E disse-lhe qualquer coisa do género desculpas-me ter dito mal de ti por causa de Liège? E ela, do alto da sua infinita bondade e sabedoria, sorriu ligeiramente, piscou-me o olho e disse carinhosamente:

Mas se nunca estivemos de costas voltadas...