quarta-feira, outubro 08, 2003

Ensino superior - Poder-se-á atribuir alguma parte da responsabilidade do fenómeno ao tão falado cáracter saudosista português? Não faço ideia. Mas o que é certo é que, segundo apontam os resultados deste ano, os engenheiros continuam a faltar. Vá lá, menos mal, os candidatos a professores já são menos, era mais que altura para ser enviado e percebido o sinal de que o sector estava a ficar saturado e complicado.

Há mais. Não sei se hei-de achar bom o facto de quase 90% dos candidatos da primeira fase terem ficado colocados. É um facto de que são menos. Talvez devido ao envelhecimento populacional, não sei ao certo. Só tenho medo que haja, uma vez mais, um clima de facilitismo associado, mormente quando é transmitida a ideia do contrário.

Mais: as propinas subiram. Até houve uns maduros que baricaram um cabecilha da Faculdade de Ciências Humanas da Nova (acho que foi aqui) com rolos de papel higiénico no montante do novo valor anual que vão ter de pagar para estudar. Ora, isto é um compromisso sério no que concerne à qualidade do ensino ministrado. Não se pode esperar que se aceite um aumento, em muitos casos, drástico dos montantes praticados que eram, efectivamente, baixos quando comparados com o verdadeiro custo suportado pelo Estado, sem contrapartidas.

Que contrapartidas podem ser essas? Penso que sobretudo se prendem com as instalações e meios técnicos. É costume dizer-se que não se podem fazer omoletes sem ovos. Porém, também não é nada prático fritar os ovos sem figideira ou sem um fogão Não dá jeito nenhum.

Hei-de voltar a isto, estabelecendo comparações entre a minha faculdade lisboeta e a minha holandesa. E, é claro, falta falar a sério das malvadas das proprinas...