quarta-feira, outubro 01, 2003


Tempo - No meu último semestre de aulas por terras lusas, aconteceu, acaso do destino, acontecimento fortuito, ter o meu último exame a contar para a minha licenciatura no último dia da última época de exames, quase à última hora do dia estabelecida para os exames começarem. E foi por essa altura que me ocorreu escrever este blogue.

A ideia seria reflectir um pouco sobre as divergências que sucedem entre o tempo propriamente dito, matemático, infalível, irrecuperável, e o tempo psicológico, altamente maleável e flexível. O caso do meu exame é um bom exemplo de como o tempo psicológico, durante uns dias, andou muito mais depressa que o real: já andava a maior parte das pessoas de férias e eu ainda tinha de estudar; de maneira que pareceu demorar uma eternidade até o raio da prova chegar e eu ficar finalmente de férias. Outros bons exemplos são estar à espera de alguém ou ir ao dentista.

E depois, há o reverso da medalha. Ver um bom concerto, estar na galhofa com os amigos, enfim, tanta coisa. Quando estamos divertidos e entretidos o tempo parece que voa. Enquanto a nossa sensação é que pouco passou, no fundo passou bem mais do aquilo de que nos apercebemos.

O que é uma bela duma chatice, diga-se de passagem. Os bons momentos deveriam passar mais lentamente, ser bem saboreados. Os outros é que podiam passar na bisga, ninguém se importaria muito com isso.

A culpa é nossa, que juntámos o psicológico ao tempo...