quarta-feira, novembro 26, 2003

Pombinhos - Às vezes é um processo contínuo, que se pode arrastar por algum tempo ou mesmo por muito. Mas o fulcral é que, independemente de quanto tenhamos de esperar, as alterações começam-se a notar. E, como em quase tudo na vida, é muito mais fácil aperceber-nos da sua existência quando se sucedem com terceiros do que quando a vítima somos nós.

De repente, é aquele nervosinho miudinho que não pára, que nos faz o coração bater, as mãos tremelicarem. Pode ser tão complicado atingir um nível de concentração aceitável como evitar ir à casa-de-banho mais vezes do que o normal ao longo do dia. Adquirem-se asas, voa-se e toca-se as nuvens que deixam de ser inatingíveis. O sorriso meio parvo recusa-se a abandonar a iminentemente alegre fronha.

E os passarinhos cantam.Cantam, cantam que não se calam. Chilreiam do alto das árvores e passam por nós em voos rasantes.De tal forma que até a nós nos apetece cantar, partilhar, acompanhar o canto deles, seja com a cana rachada com que nos trouxeram ao mundo ou com um assobio mal amanhado.

Cuuuuuuuuu cccrrrrrrrruuuuuuuu...