sábado, dezembro 27, 2003

Liberdades - Recentemente mudaram de nome, aspecto, funcionalidade. Mas servem exactamente o mesmo fim. Longe de ser uma invenção dos tempos modernos, são objectos da mais elementar necessidade, sobre a qual assenta a sociedade tal como a conhecemos. E são, possivelmente, parte de uma das maiores convenções de que há memória. Notas e moedas…

Sempre que penso em dinheiro, penso em liberdade. Liberdade para poder ter, fazer, ir, ver, escutar. Liberdade para não precisar de esforçar, preocupar, lutar. É para isso que deve servir, como um meio para atingir um fim. Fim esse que, num nível básico está intimamente relacionado com a nossa subsistência e que, noutros patamares, trata-se de algo que nos é interessante. No limite, também temos direito aos nossos confortos, luxos e excessos.

Porém, há aqueles para os quais o cifrão é o fim em si. Destroem a posição de objecto intermédio e passam a basear a sua existência numa mera tentativa de acumular o máximo possível, numa espécie de concurso ou torneio. E é nestes casos que encontramos perante a situação inversa. Em vez de fornecer liberdade, o dinheiro encarrega-se de a sufocar.

Para quê tê-lo sem o gastar convenientemente? Ser o gajo mais rico lá do cemitério não parece servir de muito consolo.