quinta-feira, dezembro 04, 2003

O nosso ensino - Fiquei espantado. Mas ainda bem que assim o foi. Serviu para aprender. E pode ser que sirva para algo mais. Como, por exemplo, para transmitir.

Ora, eu sei que há determinados cursos de gestão que não aprofundam conceitos matemáticos como economistas. O porquê não está minimamente em causa, nem é para aqui chamado, fica para cada qual determinar ao sabor da sua opinião. Mas ele há com cada uma...

Somos uns quatro ou cinco holandeses, uma peruana, dois alemães, um francês, dois noruegueses e, finalmente, dois marmelos da equipa das quinas, eu e o Nuno. Acho que posso afirmar que se trata duma turma com alguma representatividade e diversidade. O problema que surgiu em agenda para discussão era, para nós, e este nós é, simultaneamente, os lusos e os economistas, à excepção da peruana e do tutor, relativamente fácil. Recordar é bom; deparar com dificuldades de maior a resolver seria mau sinal. Ou pior que isso.

Contudo, não esperava as dificuldades com que os outros se depararam. Um simples problema que aprendemos nos anos iniciais do nosso curso. Com recurso elementar a matemática. Realmente, não dominando aquele tipo de raciocínio matemático, é bastante mais complicado perceber seja o que for. Tive de ir chatear os nossos colegas de gestão, com carimbo de qualidade da Nova. Penso que qualquer um deles também resolveria aquilo se lhe aparecesse à frente.

Seremos nós uns tipos craques, cromos da bola? Assim muito espertinhos que apanhem as coisas melhor que os outros? Não me parece que o talento esteja tão pouco uniformemente distribuído pelos países referidos. O que é o mesmo que dizer que não me parece que o nosso sistema de ensino seja tão inferior como o querem pintar.

Ou seja, somos óptimos a desacreditar aquilo que precisa de ser acreditado apenas porque passamos a vida a desacreditá-lo.