domingo, janeiro 11, 2004

Complementaridades – Não tem muita utilidade prática para situações de comunicação banais. Como por exemplo, se telefonássemos ao nosso amigo para dar uma saltada até à esplanada. Ou se nos dirigissemos ao empregado para perguntar quanto é a bica que acabámos de beber e pagá-la. Ou se explicássemos ao nosso colega de carteira que o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos. Ainda menos jeito daria para dizer passa-me a saladeira se faz favor, quando estamos sentados à mesa a jantar.

No entanto, por seu turno, as palavras são bichos que, em si, não encerram grande valor, grande significado. É verdade, sim senhor, que, contrariamente, dão um jeitão doido em todas as situações que mencionei em cima. Mas têm apenas o valor que lhes dermos. De resto, são ocas, vazias. Definir amor, ódio, fúria, raiva, calma, alegria, tristeza é complicado quando a elas recorremos.

Por isso música é em si uma linguagem diferente. De pouco uso na vida prática do dia-a-dia. Porém, imensamente mais envolvente para as situações que às palavras escapam. No fundo, estados de espírito, sentimentos, sensações.

Duas linguagens a usar em contextos diferentes.