quarta-feira, janeiro 28, 2004

Graças – Era a reposição dum programa que homenageava os soldados da paz depois dum ano excepcional em termos de incêndios florestais. A páginas tantas, uma senhora veio prestar o seu depoimento. As chamas progrediam violentamente em direcção à sua habitação, chegou a pensar que estaria perdida. Mas a sua casa ardeu ou não, ajudou o apresentador ao desenvolvimento do relato com este pequeno empurrão.

Sim, é verdade, graças a Deus.

Isto intriga-me. Quando algo corre bem e o resulta final é positivo quando as expectativas apontavam para o contrário, é porque há sempre ajuda divina pelo meio. Quando as coisas correm mal, nunca é “desgraça a Deus”. É raios parta a polícia que nunca chega a horas quando é precisa, o médico que foi negligente, o advogado que não fez tudo o que estava ao alcance dele, é a falta de civismo, a displicência, a falta de profissionalismo.

Ficar com os créditos alheios e nunca ser alvo de críticas… que bom ascendente.