Inimigo público – De que semente brotará todo esse ódio, é a pergunta que coloco. Por um lado, é fácil de responder se atentarmos à nossa natureza inquisitória, a vontade de saber o que se passa à nossa volta. É, simultaneamente, um direito e um dever enquanto cidadãos estarmos ao corrente da forma pela qual vamos sendo governados e dos acontecimentos que marcam a actualidade nacional e internacional, num esforço de tomada de posição, de criação de opinião.
Contudo, não é só neste campo que queremos ver a esta nossa natureza satisfeita. E é aqui que entra o reverso da medalha. Será, talvez, uma certa dose de curiosidade, mais ainda, de voyeurismo, que justifica a proliferação de notícias que, sendo bisbilhoteiras, nada têm para nos oferecer em matéria de informação que verdadeiramente cumpre os requisitos de formação de opinião. Assim como de todos os serviços noticiosos que fazem apanágio deste tipo de “jornalismo”.
E afinal, para quê? Para combater aquele que é um dos maiores inimigos públicos da população mundial dos tempos que correm e dos imediatamente antes. A par de outros, como o terrorismo, a baixa eficiência da administração pública, o presidente dos EUA, o stress e o colesterol. É verdade, que grande guerra que lançámos contra o segredo, de tal forma que já nem sabemos onde está o limite do que é relevante, interessante.
Os jornalistas quase se tornaram especialistas em batalhas e tricas na sua saga pelo apurar da verdade. Que, por vezes, assume contornos de extorsão. E, por vezes, esbarram contra outras instituições que são tão basilares numa democracia como a própria liberdade de impressa: o segredo de justiça, de Estado e os direitos à vida privada e à não devassa.
Se calhar, não é mais do que a transposição para os tempos modernos duma característica intrínseca da nossa espécie. Ou não fossemos nós aqueles que sempre delirámos por saber os pormenores mais macabros do tipo que mora na porta ao lado, a saber, quanto ganha, quem mete na cama, quanto perdeu no jogo, como é a amante dele.
Nunca se esqueçam que o “24 horas” e os da laia dele existem porque há quem compre.
Contudo, não é só neste campo que queremos ver a esta nossa natureza satisfeita. E é aqui que entra o reverso da medalha. Será, talvez, uma certa dose de curiosidade, mais ainda, de voyeurismo, que justifica a proliferação de notícias que, sendo bisbilhoteiras, nada têm para nos oferecer em matéria de informação que verdadeiramente cumpre os requisitos de formação de opinião. Assim como de todos os serviços noticiosos que fazem apanágio deste tipo de “jornalismo”.
E afinal, para quê? Para combater aquele que é um dos maiores inimigos públicos da população mundial dos tempos que correm e dos imediatamente antes. A par de outros, como o terrorismo, a baixa eficiência da administração pública, o presidente dos EUA, o stress e o colesterol. É verdade, que grande guerra que lançámos contra o segredo, de tal forma que já nem sabemos onde está o limite do que é relevante, interessante.
Os jornalistas quase se tornaram especialistas em batalhas e tricas na sua saga pelo apurar da verdade. Que, por vezes, assume contornos de extorsão. E, por vezes, esbarram contra outras instituições que são tão basilares numa democracia como a própria liberdade de impressa: o segredo de justiça, de Estado e os direitos à vida privada e à não devassa.
Se calhar, não é mais do que a transposição para os tempos modernos duma característica intrínseca da nossa espécie. Ou não fossemos nós aqueles que sempre delirámos por saber os pormenores mais macabros do tipo que mora na porta ao lado, a saber, quanto ganha, quem mete na cama, quanto perdeu no jogo, como é a amante dele.
Nunca se esqueçam que o “24 horas” e os da laia dele existem porque há quem compre.
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