segunda-feira, março 29, 2004

Rir – Quanto mais vou andando, pensando e ouvindo os relatos de quem de ti fala, mais me dou conta de quanto iria, decerto, discordar dos teus pontos de vista. Em certos aspectos, seríamos que nem água e azeite, completamente díspares. Porém, também me dou conta de que foste tu que me deste uma das maiores lições da vida.

Estamos sentados à mesa. Pais nas duas cabeceiras, avós de frente para os netos, nos lados. Contas qualquer coisa, o meu copo de Coca-Cola é vinho, o cálcio para os ossos da avó faz a água parecer ter sabão, a tua cerveja é mijo. Gozavas com o início dos corpos nus na televisão; com a moda dos "Yorkshire Terrier", as senhoras que iam passear as ratas para a praia; os kispos viraram “cuspos”. Tenho pena de não me lembrar de mais.

Saber rir da vida, o humor é hoje, para mim, uma condição sine qua non do dia-a-dia, uma demonstração de amizade, inteligência, boa-disposição. Sobretudo saber rir de nós próprios, das coisas que nos acontecem.