sexta-feira, abril 30, 2004

Lei – Logo à partida, é a vertente marcadamente quantitativa que salta à vista. Tudo é resumido a números na lei. Pior do que isso. Confesso não me ter apercebido quando ouvi falar nela pela primeira vez, não reparei na magnitude dos valores que usam para definir quem é elegível para receber o apoio do Estado Português. Acontece que fizeram uma experienciazinha. E só dois cientistas de toda a comunidade das ciências portuguesa são passíveis de ser abrangidos pela medida. Fantástico…

Para além deste ponto risível da aplicação prática da lei, há outras considerações a fazer. Uma vez mais, os critérios qualitativos são postos de parte. Um cientista que tenha publicado um artigo pode ser tão importante como um com milhares de artigos. Para alegrar ainda mais a festa, os próprios visados dizem, na maioria, que não viriam para terras lusas porque o problema é estrutural e não simplesmente uma questão de ter mais dinheiro: não há condições para fazer ciência, as pessoas têm de dar demasiadas aulas e não têm possibilidade de se concentrar a sério na investigação.

Sim senhor, que grande iniciativa.