Pensei nos saudosos (ou não!) dias de estudo em que me colocava estrategicamente de frente para o janelão. A vegetação já foi mais, o processo de urbanização frenético assim o dita. Mas a cor do mar permanece. Às vezes, mais azul, quando o sol espalha a sua aura por todo o lado. Outras mais cinzento, quando a chuva contagia o espírito das coisas.
Lembrei-me de como a consequência lógica de passar quatro meses longe do mar se traduziu numa das primeiras visitas que fiz. O som das ondas a debaterem-se com a areia e as rochas continuava igual, exactamente àquele que retive na memória. As gaivotas e os surfistas, eternos apreciadores também, faziam a mesma deambulação que eu.
Lembra-te, Granito, de um dos nossos maiores poetas. Aquele em cuja conta pomos a bica e o pastel de nata sempre que vamos à Brasileira. Das inúmeras prendas que nos deixou, “O Mar Portuguez” é uma das que prefiro.
E ele di-lo como ninguém.
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