sexta-feira, abril 16, 2004

Muita parra e pouca uva – Independentemente da polémica ou da falta dela, há que discutir o livro em si, enquanto uma obra. Infelizmente, não tenho boas coisas para dizer. Uma vez mais, Saramago desapontou-me. A ideia do voto em branco, e tudo o que de resto dela se pode tirar, é óptima para o mote do romance. Talvez boa demais, de tal forma que ficamos eternamente na expectativa dum final à altura.

Que teima em não aparecer. Espicaçados a ler página atrás de página para ver até onde vai a questão levantada, acabamos por ser altamente defraudados, as expectativas são frustradas. De facto, o escritor sabia sobre o que queria escrever. Mas não sabia como nem o quê. A certa altura, a imagem de encher chouriços começa-me a assolar o pensamento e acaba por ser ela a dominar os últimos capítulos.

O vencedor do Prémio Nobel segue a mesma linha de romances como a Caverna e o Homem Duplicado, onde grandes temáticas são abordadas de forma incipiente, desengraçada, muito pouco originais.

Idade…?