sábado, maio 29, 2004

Maratona – O Santoro é um tipo que, não sendo propriamente um daqueles grandes craques que limpam os jogos e têm um palmarés extenso, não deixa de ser um tenista que dá gosto ver actuar. Porque é inteligente na forma como aborda os pontos, na estratégia que utiliza. Se a ele juntarmos um Arnaud Clement de estatura igualmente baixa e serviço não muito forte, temos os ingredientes necessários para um encontro que não vai ser marcado por pontos curtos, mas sim longas trocas de bola.

Juntou-se a pólvora ao fogo, a fome à vontade de comer. Santoro poderia ter resolvido o assunto logo no terceiro set, calma e confortavelmente. No entanto, Clement não teve pelos ajustes. Lutou pela recuperação. Forçou o quarto e quinto sets. Quando o encontro foi interrompido na segunda-feira ao final da tarde, já tinha ultrapassado a barreira mítica das 5h31, o anterior recorde absoluto atingido também em Roland Garros, num épico entre Gumi e Corretja, que nesse ano perdeu para Moya a primeira das suas três finais como derrotado.

No dia seguinte retomaram aos 5-5 do quinto set. E nunca mais desatava. O primeiro ponto para quebra de serviço só surgiu perto do vigésimo quarto jogo. Acabou com os parciais e 16-14 para o veterano Santoro que, no final, trouxe ao de cima a sua classe e experiência.

6h35. Foi a partida mais longa de sempre da história do ténis da era open.