Na sequência do texto de ontem, uma bela nova oriunda da Bella Itália. Interessante e sintomático.
"Presidente da RAI demite-se como forma de protesto - A presidente da Radiotelevisão Pública Italiana (RAI), Lúcia Annunziata, pediu a demissão na terça-feira, dia 4, em sinal de protesto pela “ingerência” do governo de Sílvio Berlusconni. Annunziata afirmou, em conferência de imprensa, que o primeiro-ministro italiano terá feito “nomeações com intervenção no conselho de administração” da RAI.
A presidente da RAI, figura influente nos média italianos, criticava Berlusconni desde que entrou em funções há 14 meses. A 2 de Fevereiro, denunciou que o primeiro-ministro apresentava sugestões aos membros do conselho de administração e criava “um conflito de interesses” uma vez que o chefe de governo é proprietário do grupo Mediaset e controla seis dos sete canais em sinal aberto de Itália.
Em causa, esteve também a lei de reforma do audiovisual (vulgo Lei Gasparri), aprovada pelo parlamento a 23 de Março. O secretário-geral da Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI), Paolo Serventi Longhi, declarou que a Lei Gasparri é “uma ameaça real” e que “a autonomia e o futuro da profissão de todos os jornalistas ficará em perigo”. “Esta lei reforça os fortes e debilita os fracos, premeia a televisão do chefe do governo e penaliza a imprensa escrita, coloca a RAI sob o controlo directo do executivo e distribui as receitas do bolo publicitário sobretudo a favor das empresas que são propriedade do primeiro-ministro”, afirma o dirigente sindical.
O secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas, Aidan White, também teceu críticas. White afirmou que “os legisladores italianos reforçaram o mais flagrante abuso dos princípios que garantem a diversidade mediática no mundo ocidental”. A Lei Gasparri confere a Berlusconni a possibilidade de aumentar o seu controlo uma vez que lhe permite adquirir mais jornais e estações de rádio.
O Comité pela Liberdade e o Direito à Informação, uma organização que conta com mais de 60 associações italianas, vai recorrer da Lei Gasparri para o Tribunal Constitucional e para o Tribunal Europeu. Em causa está uma alegada violação do artigo 21º da Carta Constitucional e o desrespeito pelos princípios basilares da União Europeia.
Esta é a segunda demissão dum cargo cimeiro da RAI este ano. A subdirectora de informação, Daniela Tagliafico, demitiu-se a 27 de Janeiro como forma de protesto em relação à maneira como é tratada a informação política na RAI. Tagliafico recebeu uma carta de solidariedade por parte duma parte considerável da redacção da televisão pública."
"Presidente da RAI demite-se como forma de protesto - A presidente da Radiotelevisão Pública Italiana (RAI), Lúcia Annunziata, pediu a demissão na terça-feira, dia 4, em sinal de protesto pela “ingerência” do governo de Sílvio Berlusconni. Annunziata afirmou, em conferência de imprensa, que o primeiro-ministro italiano terá feito “nomeações com intervenção no conselho de administração” da RAI.
A presidente da RAI, figura influente nos média italianos, criticava Berlusconni desde que entrou em funções há 14 meses. A 2 de Fevereiro, denunciou que o primeiro-ministro apresentava sugestões aos membros do conselho de administração e criava “um conflito de interesses” uma vez que o chefe de governo é proprietário do grupo Mediaset e controla seis dos sete canais em sinal aberto de Itália.
Em causa, esteve também a lei de reforma do audiovisual (vulgo Lei Gasparri), aprovada pelo parlamento a 23 de Março. O secretário-geral da Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI), Paolo Serventi Longhi, declarou que a Lei Gasparri é “uma ameaça real” e que “a autonomia e o futuro da profissão de todos os jornalistas ficará em perigo”. “Esta lei reforça os fortes e debilita os fracos, premeia a televisão do chefe do governo e penaliza a imprensa escrita, coloca a RAI sob o controlo directo do executivo e distribui as receitas do bolo publicitário sobretudo a favor das empresas que são propriedade do primeiro-ministro”, afirma o dirigente sindical.
O secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas, Aidan White, também teceu críticas. White afirmou que “os legisladores italianos reforçaram o mais flagrante abuso dos princípios que garantem a diversidade mediática no mundo ocidental”. A Lei Gasparri confere a Berlusconni a possibilidade de aumentar o seu controlo uma vez que lhe permite adquirir mais jornais e estações de rádio.
O Comité pela Liberdade e o Direito à Informação, uma organização que conta com mais de 60 associações italianas, vai recorrer da Lei Gasparri para o Tribunal Constitucional e para o Tribunal Europeu. Em causa está uma alegada violação do artigo 21º da Carta Constitucional e o desrespeito pelos princípios basilares da União Europeia.
Esta é a segunda demissão dum cargo cimeiro da RAI este ano. A subdirectora de informação, Daniela Tagliafico, demitiu-se a 27 de Janeiro como forma de protesto em relação à maneira como é tratada a informação política na RAI. Tagliafico recebeu uma carta de solidariedade por parte duma parte considerável da redacção da televisão pública."
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