Nostalgia – Pensei para mim mesmo que não iria comprar o bilhete. A verdade é que descolei quase completamente desde que o álbum “Load” me decepcionou. Foi nessa altura que fui ao segundo concerto que deram em Portugal. Foi no estádio do Restelo, em 1996. Na altura achei bom, embora tivesse, efectivamente, partes muito mornas. E, sobretudo, a banda não teve uma grande interacção com o público. Não vi nos olhos deles o gosto em tocar como vi agora.
Será que Ele escreve mesmo direito por linhas muito tortas? Há cerca de duas semanas recebi uma carta do Millenium BCP, do qual sou cliente. Pensei que fosse mais um normalíssimo estrato, ou uma qualquer publicidade a mais um produto onde meter a guita. Não era. Era um bilhete para o Rock in Rio. Para o dia 4 de Julho. Corri para o computador para ver o cartaz na Internet, com medo de que fosse o dia da Britney Spears. Não era. Era o dia de Metallica. Mal sabiam eles, e eu também, o quanto gostei da oferta.
A maratona começou à tarde com os Moonspell. Prosseguiu com os impressionantes Slipknot, uma das bandas mais agressivas que já vi. Às tantas, a confusão lá à frente, nas grades, a zona dos fanáticos, era tão grande que quase tapavam o palco com o pó que levantavam. A noite acalmou e descansou com os Incubus, um pouco deslocados em relação ao resto das bandas, como se fosse uma pausa para ganhar forças para os últimos a aparecer.
Os cabeça de cartaz fizeram-se esperar. Chegaram 15 minutos atrasados. A multidão assobiava e batia palmas. Por fim, as luzes assumiram a posição de ataque e foi projectada a cena inicial do cemitério do filme “O bom, o mau e o vilão”. James e companhia entraram a matar logo em seguida com “Blackened”, o tema de abertura de “…and justice for all”. Fizeram-se acompanhar por foguetes e efeitos pirotécnicos.
Dos álbuns posteriores àquele que foi denominado “Black” apenas tocaram quatro temas. “Load” e “Reload” foram praticamente postos de lado, não fosse “Fuel” ter feito as honras a esse período menos interessante. De resto, tudo temas anteriores. E, o que é verdade, é que qualquer dessas músicas com mais de uma década em cima é um clássico. Não há ninguém que não o sinta assim. É algo de verdadeiramente impressionante, se tivermos em conta que falamos de cinco álbuns.
Com uma energia contagiante, um público óptimo, um bom som para festival, o concerto decorreu sobre rodas. Tocaram um pouco de tudo o que conta. Passaram pelo “Sanitarium”, “Creeping Death”, “Battery”, “Leper Messiah”, “Harvester of Sorrow” e, como não podia deixar de ser, “St Anger”. “Whenever I May Roam” fechou o set inicial. Cerca de hora e meia depois de terem começado.
Claro que o público não estava ainda contente. Pedimos mais. Muito mais. E foi assim que regressaram os sons, os efeitos de pirotecnia. Percebemos logo que era o “One” que aí vinha. E que “One”… Quando acabou, ficámos sós com o Kirk. Um solo muito melódico que serviu de abertura para o “Nothing Else Matters”. Que toda a gente cantou. Faltava um pouco para o final da música quando as guitarras ficaram em suspenso. E, subitamente, arrancaram para o Master of Puppets. Integral. Como se ainda não bastasse, um riff a dar a entender que vinha aí o “Enter Sandman” espicaçou os fans. O encore foi rematado com uma euforia digna de registo.
Agradeceram. Acenaram. Disseram adeus. Mandaram palhetas e baquetas para o público. Mas nós não nos calávamos. A cara de James sorria. Abanava a cabeça lateralmente num misto de descrédito e reconhecimento. Levantou os braços a pedir ainda mais. Com as luzes a dar a entender que já não havia mais nada para ninguém, entrou com uma guitarra. A tocar algo muito suave. Dirigiu-se para a bateria do dinamarquês e aproveitou para tocar o bombo ao mesmo tempo. Lars olhou para ele. Pareceu perguntar-lhe algo como “Como é, vai mais uma?”
E foi mesmo. “Hit the lights”, do velhinho “Kill ‘em all”. Euforia. Loucura. “Ainda querem mais uma?” Isso é pergunta que se faça? Claro que queremos! “Seek and Destroy” com um pedido especial para darmos toda a energia que ainda conseguíssemos desencantar algures.
Esgotados, eles e nós. Duas horas e meia de concerto. Recomeçaram a enviar brindes para os espectadores. Abraçaram-se em conjunto com uma bandeira nacional com o nome da banda escrito. E depois, cada um, por turnos, veio dizer qualquer coisa ao microfone. O único que ainda tinha som. Os outros tinham sido cortados. Ficou a promessa do Lars de uma maior assiduidade. “Querem mais vezes que só uma por cada cinco anos?”.
No final, relembrei-me a razão pela qual gostei dos Metallica desde a primeira vez que os ouvi há mais de doze anos. E agradeci a todos os santinhos ter aberto conta no BCP.
Será que Ele escreve mesmo direito por linhas muito tortas? Há cerca de duas semanas recebi uma carta do Millenium BCP, do qual sou cliente. Pensei que fosse mais um normalíssimo estrato, ou uma qualquer publicidade a mais um produto onde meter a guita. Não era. Era um bilhete para o Rock in Rio. Para o dia 4 de Julho. Corri para o computador para ver o cartaz na Internet, com medo de que fosse o dia da Britney Spears. Não era. Era o dia de Metallica. Mal sabiam eles, e eu também, o quanto gostei da oferta.
A maratona começou à tarde com os Moonspell. Prosseguiu com os impressionantes Slipknot, uma das bandas mais agressivas que já vi. Às tantas, a confusão lá à frente, nas grades, a zona dos fanáticos, era tão grande que quase tapavam o palco com o pó que levantavam. A noite acalmou e descansou com os Incubus, um pouco deslocados em relação ao resto das bandas, como se fosse uma pausa para ganhar forças para os últimos a aparecer.
Os cabeça de cartaz fizeram-se esperar. Chegaram 15 minutos atrasados. A multidão assobiava e batia palmas. Por fim, as luzes assumiram a posição de ataque e foi projectada a cena inicial do cemitério do filme “O bom, o mau e o vilão”. James e companhia entraram a matar logo em seguida com “Blackened”, o tema de abertura de “…and justice for all”. Fizeram-se acompanhar por foguetes e efeitos pirotécnicos.
Dos álbuns posteriores àquele que foi denominado “Black” apenas tocaram quatro temas. “Load” e “Reload” foram praticamente postos de lado, não fosse “Fuel” ter feito as honras a esse período menos interessante. De resto, tudo temas anteriores. E, o que é verdade, é que qualquer dessas músicas com mais de uma década em cima é um clássico. Não há ninguém que não o sinta assim. É algo de verdadeiramente impressionante, se tivermos em conta que falamos de cinco álbuns.
Com uma energia contagiante, um público óptimo, um bom som para festival, o concerto decorreu sobre rodas. Tocaram um pouco de tudo o que conta. Passaram pelo “Sanitarium”, “Creeping Death”, “Battery”, “Leper Messiah”, “Harvester of Sorrow” e, como não podia deixar de ser, “St Anger”. “Whenever I May Roam” fechou o set inicial. Cerca de hora e meia depois de terem começado.
Claro que o público não estava ainda contente. Pedimos mais. Muito mais. E foi assim que regressaram os sons, os efeitos de pirotecnia. Percebemos logo que era o “One” que aí vinha. E que “One”… Quando acabou, ficámos sós com o Kirk. Um solo muito melódico que serviu de abertura para o “Nothing Else Matters”. Que toda a gente cantou. Faltava um pouco para o final da música quando as guitarras ficaram em suspenso. E, subitamente, arrancaram para o Master of Puppets. Integral. Como se ainda não bastasse, um riff a dar a entender que vinha aí o “Enter Sandman” espicaçou os fans. O encore foi rematado com uma euforia digna de registo.
Agradeceram. Acenaram. Disseram adeus. Mandaram palhetas e baquetas para o público. Mas nós não nos calávamos. A cara de James sorria. Abanava a cabeça lateralmente num misto de descrédito e reconhecimento. Levantou os braços a pedir ainda mais. Com as luzes a dar a entender que já não havia mais nada para ninguém, entrou com uma guitarra. A tocar algo muito suave. Dirigiu-se para a bateria do dinamarquês e aproveitou para tocar o bombo ao mesmo tempo. Lars olhou para ele. Pareceu perguntar-lhe algo como “Como é, vai mais uma?”
E foi mesmo. “Hit the lights”, do velhinho “Kill ‘em all”. Euforia. Loucura. “Ainda querem mais uma?” Isso é pergunta que se faça? Claro que queremos! “Seek and Destroy” com um pedido especial para darmos toda a energia que ainda conseguíssemos desencantar algures.
Esgotados, eles e nós. Duas horas e meia de concerto. Recomeçaram a enviar brindes para os espectadores. Abraçaram-se em conjunto com uma bandeira nacional com o nome da banda escrito. E depois, cada um, por turnos, veio dizer qualquer coisa ao microfone. O único que ainda tinha som. Os outros tinham sido cortados. Ficou a promessa do Lars de uma maior assiduidade. “Querem mais vezes que só uma por cada cinco anos?”.
No final, relembrei-me a razão pela qual gostei dos Metallica desde a primeira vez que os ouvi há mais de doze anos. E agradeci a todos os santinhos ter aberto conta no BCP.
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