sábado, agosto 14, 2004

A abertura de espírito -, das mentalidades em relação ao que vem de fora é proporcional à actuação e às exigências que o Governo coloca aos estrangeiros. A falta de disponibilidade dos russos é marcante. São sérios candidatos à medalha de ouro da antipatia. Não estão para se chatear com estrangeiros e acham perfeitamente natural que se falarem a língua deles com um volume elevado nós os entendamos à letra.

Os próprios funcionários do hotel (e dos aeroportos) falam um inglês paupérrimo, não tinham mapas da cidade para dar nem sabiam dar conselhos banais como, a título de exemplo, indicar uma zona de restaurantes, explicar onde e como se apanham transportes para o centro.

A situação não é tão dramática em São Petersburgo. Talvez por ser uma cidade com uma população mais cosmopolita, mais europeizada, a receptividade é maior e nota-se a percepção de que tratar convenientemente os turistas é um desígnio que pode trazer inúmeros benefícios.

Na Ucrânia vive-se, possivelmente, o espírito do país mais pequeno. A Ucrânia está para a Rússia como a Holanda está para a Alemanha. Ou, Portugal para a Espanha. Há uma tentativa de bem receber, de ser hospitaleiro, de tentar perceber o que nos dizem e, simultaneamente, fazer-se entender. Os ucranianos, visivelmente mais pobres e mais fustigados pelos desequilíbrios decorrentes da queda do regime soviético, uma orientação no sentido do turismo.