terça-feira, setembro 21, 2004

Elogio - Grandes, espigadotas, adubadas, bizarmas e, até mesmo, canhões, são algumas das expressões que usamos para definir aquele é um dos clássicos da sensualidade feminina: a rapariga alta.

O que motivou a minha abordagem deste tema foi o porquê da atracção que esta classe à parte do reino dos indivíduos do sexo feminino exerce sobre alguns espécimes do oposto (ou do próprio, claro está).

Será por razões meramente práticas? Ninguém descura o jeito que dá ter alguém grande por perto. Ele é para tirar a louça da última prateleira do armário, ele é a força extra que aqueles braços têm, ele é a facilidade com que se mudam lâmpadas e dobram lençóis, ele é o boletim meteorológico actualizado em tempo real. Acima de tudo, a rapariga alta destrói por completo a necessidade de ter em casa muitos bancos à mão de semear.

Será por razões psicológicas? Os rapazes inseguros, mimados, necessitam de alguém que ocupe o lugar da figura maternal que perdem quando saem de casa. Passam a olhar para a gigantesca mais-que-tudo com a mesma perspectiva com que olhavam para a progenitora na sua infância: muito de baixo para muito lá em cima. Para além disso, sentem-se mais aconchegados com alguém que, embora os possa fazer sentir infantis ou humilhados de vez em quando, ajuda-os a manter na ordem e a tomar decisões sem ser sozinhos, guia-os ao longo das etapas da vida, inclusive nas de maior intimidade.

Porém, nem tudo são rosas. Estes mesmo elementos que referi neste último parágrafo podem ditar o insucesso amoroso da espigadota. Se é verdade que funcionam em cheio para o rapaz inseguro, também é verdade que repelem de imediato outro tipo de rapaz, o complexado. O complexado não é gajo para ser visto com uma matulona. Não gosta de meninas que têm cara de nem sequer precisar de pegar no rolo da massa para se fazer ouvir. É aquele tipo de pessoa que vai buscar à tradição estudantil de Coimbra a sua maior inspiração musical:

“ A mulher alta, para mim não me convém,
Eu não quero andar na rua com o escadote de ninguém!!”

Então, em que ficamos? Nada é perfeito, senhoras e senhores. As raparigas mais baixas têm a vantagem de mais manobráveis e portáteis, estilo aqueles aparelhos da TV Shop que, depois de fazer os 482 abdominais, se dobram todos e se enfiam debaixo da cama para não ocupar espaço indesejavelmente. Pessoalmente, entre os dois tipos, venha o diabo e escolha. Mas isso sou eu, é claro.

Sim Sandocha, é-te completamente dedicado. Não pensaste que te ias safar, pois não…?