Não querendo mandar achas - para a recentemente atiçada fogueira da discussão se as forças de mudança e progresso vêm de estratos superiores ou inferiores da sociedade, cá vai uma perspectiva que li há pouco tempo. E li antes de ver debatido em blogues alheios.
«O Complexo do Messias é a ilusão de que podemos salvar-nos mudando o homem (ou a mulher) do topo.
Ao verem os políticos da Segunda Vaga tropeçar e hesitar, como que embriagados, diante dos problemas que surgem da emergência da Terceira Vaga, milhões de pessoas, espicaçadas pela Imprensa, chegaram a uma explicação simples e fácil de compreender dos nossos males: o «fracasso da liderança». Se ao menos aparecesse no horizonte político um Messias que voltasse a pôr tudo nos eixos!
Esta ânsia de um líder macho e dominador é expressa hoje até pelas pessoas melhor intencionadas, ao verem o seu mundo familiar desmoronar-se, o seu ambiente tornar-se mais imprevisível e aumentar a sua fome de ordem, estrutura e predictabilidade. Assim, ouvimos, como Ortega y Gasset disse durante a década de 1930, quando Hitler avançava, «um grito formidável, erguendo-se como o uivo de inúmeros cães às estreitas, pedindo que alguém ou alguma coisa assuma o comando.»
Nos Estados Unidos, o presidente é violentamente condenado por «falta de liderança». Em Inglaterra, Margaret Thatcher é eleita porque dá pelo menos a ilusão de ser a «a Dama de Ferro». Até nas nações comunistas, industrializadas, onde a liderança poderá ser tudo menos tímida, se intensifica a pressão para uma «liderança ainda mais forte.» Na U.R.S.S. apareceu um romance que glorifica indisfarçadamente a capacidade de Estaline para extrair as «necessárias conclusões políticas».
A publicação de Vitória, de Alexandre Chakovski, é vista como parte de um impulso de «reestalinização». Pequenos retratos de Estaline aparecem nos pára-brisas, nas casas, nos hotéis e nos quiosques. «Estaline nos pára-brisas, hoje», escreve Victor Nekipelov, autor de Insitute of Foods, «é um movimento vindo de baixo (…) um protesto, por paradoxal que pareça, contra a presente desintegração e falta de liderança.».»
In A Terceira Vaga, Alvin Toffler
«O Complexo do Messias é a ilusão de que podemos salvar-nos mudando o homem (ou a mulher) do topo.
Ao verem os políticos da Segunda Vaga tropeçar e hesitar, como que embriagados, diante dos problemas que surgem da emergência da Terceira Vaga, milhões de pessoas, espicaçadas pela Imprensa, chegaram a uma explicação simples e fácil de compreender dos nossos males: o «fracasso da liderança». Se ao menos aparecesse no horizonte político um Messias que voltasse a pôr tudo nos eixos!
Esta ânsia de um líder macho e dominador é expressa hoje até pelas pessoas melhor intencionadas, ao verem o seu mundo familiar desmoronar-se, o seu ambiente tornar-se mais imprevisível e aumentar a sua fome de ordem, estrutura e predictabilidade. Assim, ouvimos, como Ortega y Gasset disse durante a década de 1930, quando Hitler avançava, «um grito formidável, erguendo-se como o uivo de inúmeros cães às estreitas, pedindo que alguém ou alguma coisa assuma o comando.»
Nos Estados Unidos, o presidente é violentamente condenado por «falta de liderança». Em Inglaterra, Margaret Thatcher é eleita porque dá pelo menos a ilusão de ser a «a Dama de Ferro». Até nas nações comunistas, industrializadas, onde a liderança poderá ser tudo menos tímida, se intensifica a pressão para uma «liderança ainda mais forte.» Na U.R.S.S. apareceu um romance que glorifica indisfarçadamente a capacidade de Estaline para extrair as «necessárias conclusões políticas».
A publicação de Vitória, de Alexandre Chakovski, é vista como parte de um impulso de «reestalinização». Pequenos retratos de Estaline aparecem nos pára-brisas, nas casas, nos hotéis e nos quiosques. «Estaline nos pára-brisas, hoje», escreve Victor Nekipelov, autor de Insitute of Foods, «é um movimento vindo de baixo (…) um protesto, por paradoxal que pareça, contra a presente desintegração e falta de liderança.».»
In A Terceira Vaga, Alvin Toffler
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