sexta-feira, outubro 01, 2004

Não tenho nada contra a pessoa - tenho contra a falta de profissionalismo. Mário Augusto, aquele gajo que tem um programa sobre cinema na SIC Notícias. Fala sobre as estreias da semana, o que há-de vir mais tarde, os filmes que estão na forja em Hollywood, enfim, tudo aquilo que seria de esperar dum programa do género.

E, depois, claro está, há as entrevistas. A maioria são compradas, standard, e traduzidas. Uma ou outra são feitas por ele, o que lhe deve dar um gozo brutal. O único problema é que, para alguém que aparentemente gosta de fazer entrevistas a cromos da sétima arte, a esmagadora maioria dos quais inglês falante, nem que seja como segunda língua, não sabe construir uma pergunta no referido idioma. Exemplos ilustrativos da realidade:

You like working with…? You think it’s good to have…?

Caro Mário Augusto, rogo-lhe, por favor, um curto momento da sua atenção. As interrogações em inglês são diferentes das nossas. Aliás, como na maioria das línguas de raízes germânicas. Não basta dizer uma afirmação com acentuação ou ênfase interrogativo. O verbo troca com o sujeito da frase e surge em primeiro lugar. No caso anglo-saxónico, emprega-se o verbo “to do”, auxiliar. Os mesmos exemplos corrigidos:

Do you like working with…? Do you think it’s good to have..?

É que, repare, isto é a sua profissão. Se não fosse da sua responsabilidade levar a cabo estas entrevistas, enfim, não seriam tão marcantes as incorrecções. Agora, a partir do momento em que se trata de conduzir entrevistas desse calibre, fica bastante mal.

E hoje em dia toda a gente fala…