“Quando a ouviu dizer que não era católica, embora cristã sim, a carinha redonda do padre empalideceu. Dando um pequeno saltinho, quis saber se isso significava que a senhora era protestante. Flora explicou-lhe que não: acreditava em Jesus mas não na Igreja, porque, no seu critério, a religião católica coarctava a liberdade humana devido ao seu sistema vertical. E as suas crenças dogmáticas sufocavam a vida intelectual, o livre arbítrio, as iniciativas científicas. Além disso, os seus ensinamentos sobre a castidade como símbolo da pureza espiritual exacerbavam os preconceitos que tinham feito da mulher pouco menos que uma escrava.”
In “O Paraíso na Outra Esquina”, Mário Vargas Llosa
In “O Paraíso na Outra Esquina”, Mário Vargas Llosa
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