Há uma catrefada - de anos e séculos e milénios atrás, uns tipos chamados gregos, num sítio chamado Grécia Antiga, em oposição à dos dias que correm, passavam os dias a pensar. Ao que parece, punham-se a andar dum lado para o outro lá numa parte da cidade, uma praça, que denominavam ágora e resolviam fazer perguntas uns aos outros e discutir coisas e sabe-se lá mais o quê.
Um dia depararam-se com um problema. Os gajos, que até foram os inventores daquela história da democracia, estavam preocupados com a dificuldade do acesso das pessoas de menores posses aos cargos de representação democrática. Como os trabalhadores do Conselho, da Assembleia e do Tribunal não eram pagos, apenas quem vivesse desafogadamente, fosse financeiramente confortável, poderia desempenhar este tipo de funções e, ao mesmo tempo, sobreviver.
Vai daí, os gajos não foram de modos. Não houve cá falinhas mansas nem parlapiés. Como resolveram eles o problema? Liderados por um cromo de seu nome Péricles, criaram a “mistoforia”, uma espécie de salário para quem tivesse aquele tipo de funções. Foram democráticos.
Por muito que pensassem e filosofassem, mal sabiam os gregos (grécios, como diria W. Bush) que esta questão teria uma aplicação em tempos que lhes são tão distantes. A verdade é que os salários de funções governamentais têm andado em discussão.
É que é fácil criticar quando um tipo é contratado para desempenhar um cargo estatal a ganhar bastante mais que os seus pares ou, inclusive, que o Presidente da República, comparação que parece ser completamente à prova de bala. Agora, se tivermos em conta que é isso que a pessoa em causa ganha no sector privado, dá que pensar.
No limite, na maioria dos casos não vamos ter as pessoas mais competentes do nosso país a trabalhar com os olhos postos na cidadania e no bem estar colectivo. A não ser que o altruísmo fale muito mais alto, custa-me a crer que abdiquem de condições melhores para vestir a camisola de um qualquer Governo.
Ou seja, em muitos casos, só restam segundas escolhas. Subir os ordenados é uma hipótese um pouco para o complicado, num país onde o salário de um deputado já deve ser umas dez vezes superior ao do salário mínimo nacional. A ética impõe reticências.
Podemos sempre começar a andar dum lado para o outro no Terreiro do Paço e pensar em soluções.
Um dia depararam-se com um problema. Os gajos, que até foram os inventores daquela história da democracia, estavam preocupados com a dificuldade do acesso das pessoas de menores posses aos cargos de representação democrática. Como os trabalhadores do Conselho, da Assembleia e do Tribunal não eram pagos, apenas quem vivesse desafogadamente, fosse financeiramente confortável, poderia desempenhar este tipo de funções e, ao mesmo tempo, sobreviver.
Vai daí, os gajos não foram de modos. Não houve cá falinhas mansas nem parlapiés. Como resolveram eles o problema? Liderados por um cromo de seu nome Péricles, criaram a “mistoforia”, uma espécie de salário para quem tivesse aquele tipo de funções. Foram democráticos.
Por muito que pensassem e filosofassem, mal sabiam os gregos (grécios, como diria W. Bush) que esta questão teria uma aplicação em tempos que lhes são tão distantes. A verdade é que os salários de funções governamentais têm andado em discussão.
É que é fácil criticar quando um tipo é contratado para desempenhar um cargo estatal a ganhar bastante mais que os seus pares ou, inclusive, que o Presidente da República, comparação que parece ser completamente à prova de bala. Agora, se tivermos em conta que é isso que a pessoa em causa ganha no sector privado, dá que pensar.
No limite, na maioria dos casos não vamos ter as pessoas mais competentes do nosso país a trabalhar com os olhos postos na cidadania e no bem estar colectivo. A não ser que o altruísmo fale muito mais alto, custa-me a crer que abdiquem de condições melhores para vestir a camisola de um qualquer Governo.
Ou seja, em muitos casos, só restam segundas escolhas. Subir os ordenados é uma hipótese um pouco para o complicado, num país onde o salário de um deputado já deve ser umas dez vezes superior ao do salário mínimo nacional. A ética impõe reticências.
Podemos sempre começar a andar dum lado para o outro no Terreiro do Paço e pensar em soluções.
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