quarta-feira, novembro 10, 2004

Mal-cheirosos - Gente à porta, alguns notáveis das artes e televisão. Lá dentro, tipos com travessas cheias de línguas de gato prontas a serem agarradas e devoradas. A última fila do primeiro balcão esperava por nós. Escada acima, confusão adentro, lá estavam os apertados lugares, qual voo intercontinental em classe turística.

O primeiro arranque era só piada. Não chegou a arrancar. Foi preciso vir outra vez a voz off e a cortina abrir pela segunda vez para deixar os quatro à nossa vista. Começaram com uma cantoria a quatro vozes que primou tanto pela gozação como pela desafinação. Foi aqui que arrancou.

Seguiu-se um desfile dos melhores sketches: senhor Tobias, o homem a quem aconteceu não sei quê, o que tu queres sei eu, senhor Victor, o terrorismo, concurso adivinhe quem é a filha do produtor deste programa, licença para andar ao pé coxinho na via pública depois das 22h, etc. A fechar, a minha vida dava um filme indiano.

Alguns foram alongados, esticados ao sabor da actuação ao vivo. Exagerados para aproveitar o balanço da gargalhada na sala. Esta foi a grande mais-valia. De resto, alguns problemas de som (não usaram microfones) e o facto de muita gente já saber aquilo que vai sair da boca deles. O que, em comédia, não parece ser o indicado.

Não obstante, muito cómico.