sexta-feira, dezembro 17, 2004

Por ali demos umas voltas - há pouco mais de um ano, procurámos ver o que era visível. Até fizemos uma prova de automobilismo. Mas a única sensação que trouxe para casa era de abandono, desleixo. Parecia demasiado ruína de um passado não tão distante quanto isso. E, no entanto, tratava-se do mítico estádio inaugurado por Hitler para os Jogos Olímpicos de 1936, onde Jesse Owens (cujo nome é imortalizado pela avenida que conduz à construção) foi a principal figura e uma afronta à apregoada supremacia ariana.

Afinal e ainda bem, enganei-me. Quem me manda a mim subestimar os germânicos? Depois de uma restauração impressionante que chegou a empregar 1000 pessoas, que trabalhou todas as pedras, uma a uma, sem excepção, o Estádio Olímpico de Berlim está pronto para o Mundial de 2006, ano e meio antes da prova, e tem capacidade para 70.000 espectadores. A meio do processo, os trabalhadores chegaram a descobrir uma bomba de fabrico inglês que nunca explodiu. É esta a História que (ainda) se cheira na capital da Alemanha (cc 7 de Novembro de 2003)

Fiquei impressionado com a notícia e, mais ainda, com uma vontade enorme de regressar e de apreciar o contraste. Já agora, de repetir aquela foi uma das viagens mais giras.