sábado, janeiro 01, 2005

Não primam - propriamente pela qualidade e pela definição da imagem. As máquinas digitais fazem um trabalho muito melhor. Contudo, os telemóveis têm aquela vertente de conveniência, uma conveniência acima de qualquer suspeita.

Bairro Alto, Rua do Diário de Notícias. Ao lado da Tasca do Chico, vive um homem de idade. Algumas noites, põe a cabeça de fora da porta (que permite abrir só a parte de cima) e vigia os copos que os transeuntes põem no parapeito da sua janela. Quando um frequentador da vida nocturna deposita o recipiente com o líquido precioso por uns momentos, ou deposita um recipiente já vazio, o velhote puxa de um objecto que parece o ponteiro dum professor e derruba tudo ao chão. Às vezes molhando um ou outro incauto.

A janela vê-se bem, a criatura nem por isso. Zangou-se connosco quando percebeu que queríamos imortalizá-lo numa fotografia. E então fez-nos um passarinho com a mão. Pensando bem, até é melhor que não se veja muito nitidamente.