segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Portas foi o grande protagonista - duma tragédia grega. Falhanço, chumbo redondo nos objectivos eleitorais, e lá vai ele abandonar o trono do partido, lágrima a querer furar o olho. Santana não dá o braço a torcer. Afinal foi porque tiveram pouco tempo e porque muitos dos nomes pesados dos laranjas não se puseram do lado dele. Pior, apenas prejudicaram. Num discurso hábil, está já a preparar o caminho para Belém.

Louçã ganhou. Mais do que duplicou. A curva é logarítmica, ou seja, nos primeiros momentos é mais fácil ter ascensões deste género. O pior é manter o ritmo de crescimento nos anos vindouros. Vamos ver. Jerónimo, esse índio guerreiro, estoira gargantas, um poço de emotividade e simplicidade, inverteu a trajectória descendente dos comunistas e ergueu bem alto a sua foice e o seu martelo.

O pior de tudo. As palavras do novo primeiro-ministro. O nosso novinho e folha primeiro-ministro não tem graça nenhuma. Fez um discurso insípido, muito pouco emotivo. Em nada se coadunou com alguém que arrancou a primeira maioria absoluta de sempre dos socialistas. Foi inócuo, banal, desprovido de qualquer tipo de mobilização. Um rosto seco, carregado. Falar quase foi um frete. Chegou ao cúmulo de refrear os ânimos dos que queriam exteriorizar, gritando, aquela vitória rosa (que chatos, inconvenientes, não me deixam acabar de dizer isto).