Talvez seja o pinhal - que faça o cheiro diferente. Ou talvez não, também há pinheiros onde moro e o odor não é o mesmo. Talvez seja o cheiro dum calor mais forte, mais constante, de um tempo mais seco. Surge mais ou menos onde começa o Alentejo. Progride até ao Algarve, mesmo até ao limite da água, nos sítios onde a pressão urbanística e os lobbies camarários e do betão ainda não destruíram por completo as zonas costeiras.
As minhas recordações remontam até à infância. A tradicional viagem de família às costas. Mais às costas da família, na altura. A nacional era feita a passo de caracol, com a avalanche de urbanos que invadiam as praias na mesma altura do ano, no pino do calor. Não havia ar condicionado nos carros e toda a gente parava para comer um cozido à portuguesa ou um prego no Canal Caveira.
Agora, a A2 não acaba em Alcácer. Nem em Grândola. Vai até lá abaixo. Até à outra, a tal de Via do Infante, que liga barlavento e sotavento num corredor cheio de altos e baixos de piso duvidoso. Não impede que, por vezes, seja necessário fazer a deslocação a velocidades de antigamente. Que o diga o meu carro, que se começou a queixar de um problema de saúde mal resolvido à saída da estação de serviço de Aljustrel, ainda com a zona das serras algarvias por fazer.
Gosto do sotaque. Gosto de “marafado”, “alcagoitas”, “vou à da minha tia” e “o mê filhe é de Legus”. Gosto do mar, das praias. Gosto das casas com terraços, caiadas e com linhas coloridas, das chaminés originais. Gosto da caldeirada, do peixe, das conquilhas ou cadelinhas. Dos povoados pitorescos. Tenho pena de não gostar dos Dom Rodrigos e dos doces de amêndoa.
Não gosto do caos e pressão urbanísticos. Não gosto de ter um desgosto de cada vez que regresso a um sítio que conheço e que foi ainda mais mutilado por mais um mamarracho. Não gosto da excessiva aposta num turismo exótico, de baixa qualidade que aposta em preços reduzidos. Não gosto da enchente de bifes que faz de Albufeira no verão a segunda cidade no mundo com mais ingleses, logo a seguir a Londres.
Mas gosto de regressar.
As minhas recordações remontam até à infância. A tradicional viagem de família às costas. Mais às costas da família, na altura. A nacional era feita a passo de caracol, com a avalanche de urbanos que invadiam as praias na mesma altura do ano, no pino do calor. Não havia ar condicionado nos carros e toda a gente parava para comer um cozido à portuguesa ou um prego no Canal Caveira.
Agora, a A2 não acaba em Alcácer. Nem em Grândola. Vai até lá abaixo. Até à outra, a tal de Via do Infante, que liga barlavento e sotavento num corredor cheio de altos e baixos de piso duvidoso. Não impede que, por vezes, seja necessário fazer a deslocação a velocidades de antigamente. Que o diga o meu carro, que se começou a queixar de um problema de saúde mal resolvido à saída da estação de serviço de Aljustrel, ainda com a zona das serras algarvias por fazer.
Gosto do sotaque. Gosto de “marafado”, “alcagoitas”, “vou à da minha tia” e “o mê filhe é de Legus”. Gosto do mar, das praias. Gosto das casas com terraços, caiadas e com linhas coloridas, das chaminés originais. Gosto da caldeirada, do peixe, das conquilhas ou cadelinhas. Dos povoados pitorescos. Tenho pena de não gostar dos Dom Rodrigos e dos doces de amêndoa.
Não gosto do caos e pressão urbanísticos. Não gosto de ter um desgosto de cada vez que regresso a um sítio que conheço e que foi ainda mais mutilado por mais um mamarracho. Não gosto da excessiva aposta num turismo exótico, de baixa qualidade que aposta em preços reduzidos. Não gosto da enchente de bifes que faz de Albufeira no verão a segunda cidade no mundo com mais ingleses, logo a seguir a Londres.
Mas gosto de regressar.
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