sábado, maio 21, 2005

Na minha casa – há uma clarabóia. É rectangular e fica directamente sobre as escadas que ligam o primeiro andar ao rés-do-chão. Durante o dia, inunda o corredor que liga os quartos com a luz do sol que, de outra forma, só teríamos oriunda das janelas. À noite, a luz da lua, das estrelas e mesmo do candeeiro de iluminação pública, entra quase timidamente. Mas o suficiente para, amiúde, não ser necessário acender a luz para subir os degraus.

Nos dias de chuva, gosto de ouvir a força com que a água se despenha contra o vidro da clarabóia. No momento de maior intensidade, o som no corredor é mais forte do que nos outros sítios da casa. Quando a quietude da noite se instala e me estendo na cama acompanhado de um livro ou do comando da televisão, oiço as gotas cair do telhado para a varanda da minha janela.