Determinados conceitos há – cuja decifração é, no mínimo, complicada. Por exemplo, o da limpeza a seco. Questiona-se o Seinfeld, e muito bem diga-se de passagem, como será possível lavar seja o que for sem incluir água no processo? Para ele, esta técnica que engorda o negócio das lavandarias é uma das maiores farsas que existem na sociedade de consumo.
O conceito que queria abordar hoje é algo que, embora já tenha estado mais na berra do que hoje, continua a ser extremamente actual. Estou-me a referir ao “católico não praticante”. É um termo giro, soa bem, é religioso, é moral, fica bem quando largado ocasionalmente numa conversa e pode, inclusivamente, ser um óptimo desbloqueador.
Na minha humildade, simplicidade e possível ignorância, sempre pensei que ser católico implicava ter uma determinada fé, a defendida pela Igreja que está sediada no Vaticano, e levar a cabo um conjunto definido de rituais e práticas. Condições que entendo terem um carácter sine qua non. Visto através deste prisma, um “católico não praticante” é algo que não pode, de facto, existir, é um paradoxo, um contra-senso.
Mas é um paradoxo interessante. Porque espelha o sentimento de individualismo e egoísmo que muitas vezes apontam como defeito à sociedade moderna. É um comodismo. É aceitar o que a religião dá, a salvação, o céu, um lugar ao sol, sem ter de penar nada por isso. Sem rezas, restrições, ter de levantar ao domingo para ir aturar o padre e toda aquela tralha. É como se pudesse comprar um carro novo sem ter de pagar as prestações.
Eu, que sou um hedonista mais do que convicto (e bastante comodista, confesso), consigo entender a lógica. Se posso obter algo sem ter de me chatear, então para quê chatear-me? Enfim, não me levem a mal, é óbvio que também atribuo prazer à sensação de ter lutado e trabalhado para algo, receber a recompensa pelo esforço realizado. Mas há muita coisa que, quanto mais fácil, melhor.
Por outras palavras, não discordo com o pacote crença/religião que essas pessoas escolheram. Cada qual sabe de si e o Outro sabe de todos. A denominação é que peca pela inexactidão. É como um “esposo não casado” ou um estabelecimento que está aberto 24 horas por dia e fecha para almoço.
Lá estou eu a ser um ateu praticante outra vez.
O conceito que queria abordar hoje é algo que, embora já tenha estado mais na berra do que hoje, continua a ser extremamente actual. Estou-me a referir ao “católico não praticante”. É um termo giro, soa bem, é religioso, é moral, fica bem quando largado ocasionalmente numa conversa e pode, inclusivamente, ser um óptimo desbloqueador.
Na minha humildade, simplicidade e possível ignorância, sempre pensei que ser católico implicava ter uma determinada fé, a defendida pela Igreja que está sediada no Vaticano, e levar a cabo um conjunto definido de rituais e práticas. Condições que entendo terem um carácter sine qua non. Visto através deste prisma, um “católico não praticante” é algo que não pode, de facto, existir, é um paradoxo, um contra-senso.
Mas é um paradoxo interessante. Porque espelha o sentimento de individualismo e egoísmo que muitas vezes apontam como defeito à sociedade moderna. É um comodismo. É aceitar o que a religião dá, a salvação, o céu, um lugar ao sol, sem ter de penar nada por isso. Sem rezas, restrições, ter de levantar ao domingo para ir aturar o padre e toda aquela tralha. É como se pudesse comprar um carro novo sem ter de pagar as prestações.
Eu, que sou um hedonista mais do que convicto (e bastante comodista, confesso), consigo entender a lógica. Se posso obter algo sem ter de me chatear, então para quê chatear-me? Enfim, não me levem a mal, é óbvio que também atribuo prazer à sensação de ter lutado e trabalhado para algo, receber a recompensa pelo esforço realizado. Mas há muita coisa que, quanto mais fácil, melhor.
Por outras palavras, não discordo com o pacote crença/religião que essas pessoas escolheram. Cada qual sabe de si e o Outro sabe de todos. A denominação é que peca pela inexactidão. É como um “esposo não casado” ou um estabelecimento que está aberto 24 horas por dia e fecha para almoço.
Lá estou eu a ser um ateu praticante outra vez.
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