terça-feira, julho 12, 2005

Grandes clássicos do brejeiro na música

Josefina fartou-se de tocar contrabaixo. Se era verdade que o facto de ser contrabaixista, porque pouco comum num mundo onde o sexo feminino está mais ligado a outros instrumentos, lhe era caro, também não era mentira nenhuma que os dois dedos da mão direita que atacam as cordas estavam muito calejados. Resolveu mudar.

Não muito longe do contrabaixo estava o violoncelo. E tinha a vantagem de poder tocar sentada. E passar de usar directamente os dedos para um arco era, efectivamente, uma benesse. Mas cedo se apercebeu que teria de passar horas intermináveis a segurar o instrumento com as pernas abertas. Voltou a considerar mudar.

Havia os instrumentos de sopro. Sempre tivera um gosto especial por eles, apesar de se considerar inapta a tocá-los. Encheu-se de coragem e de ar na boca e passou a colocar os lábios num belo trompete dourado. Demorou até conseguir tirar um bom som. Demorou até conseguir dominar bem o pistão. Quando tudo parecia correr bem, um problema de ortodontia. Necessitou aparelho de correcção nos dentes. Nunca mais pôde soprar numa gaita. Nem sequer numa banalérrima de beiços. Muito menos numa flauta.

Actualmente toca pauzinhos chineses numa orquestra sinfónica.