terça-feira, setembro 13, 2005

Segunda-feira - , um dia mau, antipático. As segundas-feiras são segmentos de tempo de vida com, e não importa que me tentem provar errado, uma duração muito superior a 24 horas, ao contrário do sábado, que tem para aí umas duas horas. Porque não apetece começar a semana. Porque parecem não acabar. Porque às segundas toda a gente se lembra de pedir coisas e de arranjar outras tantas para fazer.

Ontem fui particularmente atingido por uma segunda-feirite. Aguda. Saí a horas impróprias para consumo. Com a cabeça feita em água e com a perspectiva de vir ligeiramente mais cedo no dia seguinte para ainda acertar umas agulhas. O meu bólide, companhia insubstituível nestes dias que se antecipam mais compridos que os demais, fez um ligeiro desvio pelas ruas de Lisboa para deixar o Alexandre no Corte Inglês.

Depois fiquei sozinho. E resolvi subir o volume do rádio que acompanha os momentos solitários de mãos ao volante. TSF, uma rádio que, confesso, evito: para cinco minutos de notícias ou música, é preciso gramar com meia hora de publicidade. No entanto, a Marginal tinha começado a passar as músicas mais duvidosas que constam da sua playlist e os meus dedos resolveram resolver (é, admito, ando numa de figuras de estilo) o assunto.

São 21h20, 21h30 de uma segunda-feira. Tenho a TSF sintonizada no rádio do meu carro. Não me tinha apercebido da preciosidade da ocasião. Porquê? Resposta sob a forma de duas palavras: Bancada Central. O mítico programa que faz o rescaldo da jornada. Versão melhorada com o facto de haver um derby aceso para comentar. Não sou capaz de reproduzir o que os participantes disseram. Mas tinham graça.

E depois ri. Muito. À gargalhada. Com cuidado para não descurar na atenção e manter os olhos bem assentes na estrada. De tal forma que o início da noite da gigante segunda-feira começou a encolher, a minguar a olhos vistos. O tempo do trajecto da Marquês da Fronteira até casa passou de vinte minutos a dois.

Obrigado senhor Fernando Correia (é assim, não é…?) e respectivo auditório por encolherem a minha segunda-feira.