terça-feira, outubro 18, 2005

A cara lavada – é esventrada pelos torreões que não aderiram aos retoques na pintura. A entrada ajardinada está mais arranjada, o poste passou a ter uma bandeira com as cores da casa que esperneia ao som do vento.

O mesmo corredor muito comprido, com os candeeiros arredondados a espaços e vitrinas que protegem os quadros com horários, avisos e anúncios de emprego. As mesmas cadeiras de tampo amarelado e com pernas de um vermelho muito vivo. Os mesmos relógios cujos ponteiros fazem um som distinto e parecem demorar mais do que os outros a avançar. Os mesmos professores. Os mesmos colegas.

Parece que nada mudou; que tudo permaneceu estático e imutável de pedra e cal, tal e qual como gravei na memória da última vez que por lá passei. Estranhamente, também parece que tudo mudou. Porque a lógica é diferente, o trabalho é diferente, a abordagem é diferente. O nível de exigência e demais condições obrigam a que me modifique, que faça o que não estou habituado a fazer.

Mudar não é fácil. Este é o requisito mais motivante.