quarta-feira, outubro 26, 2005

Fumou aquele cigarro - como se fosse o último. Tal e qual uma condenada à morte. Lentamente, aspirando todo o prazer existente em cada baforada. Já nada havia senão o filtro amarelado, humedecido na ponta, avermelhado pelo baton gritante, quando o esmagou veementemente contra o fundo do cinzeiro de vidro. Depois, ainda antes de se levantar da cadeira:

Pronto já está


A silhueta não deixava margem para dúvidas. Ainda muito longe, muito antes de nos cruzarmos, distingui a figura alaranjada e arredondada, como um pequeno sol portátil, ao nível da boca esguia. Sorriu para mim como uma miúda reguila apanhada com a boca na botija.

É difícil…