domingo, outubro 23, 2005

A saga - do dia 22 de Outubro começou relativamente cedo no ano com um anúncio na Jazz Portugal que dava como certo o Mehldau no grande auditório do CCB. Olhos, ouvidos, pele, nariz, língua, todos os sentidos alerta para saber quando seria possível comprar tão desejado bilhete.

Da primeira vez que me lembro que ele cá tenha estado, na altura na Culturgest, não pude ir ver. Da segunda vez, no verão do ano passado, estava de férias, demasiado longe de Lisboa.

Desta vez não podia falhar. Por todas as razões. Porque falhei das outras. Porque é um dos melhores músicos que já ouvi. Porque é uma inspiração. Porque a música dele transcende.

Algo está errado. Podre. E não é no Reino da Dinamarca. No site do CCB, não há nenhuma menção ao concerto. Via telefone, não há confirmação. Pior. Abri o site do próprio pianista. Já tem concerto marcado para o mesmo dia. Noutro ponto do mundo. Nada de Lisboa. Nada de CCB.

Depressão. Angústia. O dia 22 de Outubro parece perdido para todo o sempre. Estou frustrado. Com pouca vontade de voltar a prestar atenção às dicas off the record e muito pouco oficiais da Jazz Portugal. Acabou por ser o Toots a tapar o buraco do grande auditório.

Expresso. Pouco menos de um mês atrás. Seixal Jazz. Quem…!?!? O Kurt vem cá…? Que dia…?

22 de Outubro, o dia em que fui ao Seixal Jazz ver um dos melhores guitarristas da actualidade. Brilhante, para não dizer mais. Melhor: fez-se acompanhar por Chris Cheek e o Goldberg no piano. Um quinteto de luxo, do qual nem fazia ideia quando comprei os bilhetes.

O destino foi pouco irónico. O concerto de chorar por mais. Hora e meia de sete temas. No final, por pouco não segui à risca os preceitos dos entendidos na matéria e dei cordas à garganta para soltar o meu sonoro:

Twinkle twinkle Rosenwinkel