A minha avó - gosta de me mostrar desenhos de quando eu era criança mesmo criança. Muita cor, casas quadradas, fumo na chaminé, sol, figuras humanas toscas. Olho para os pedaços de papel amarelecidos pelo tempo e pela velhice. Juro que olho com os olhos de quem quer mesmo ver. Mas não me lembro de nada. Não me ocorre nada. Nada me é sugerido. A não ser desenhos de putos.
Então faço-lhe um sorriso amarelo e tento dar-lhe o mínimo de atenção necessária para que não se zangue comigo. Isto porque a ela os desenhos têm verdadeiramente um significado. Tudo lhe ocorre quando os contempla. Um tempo em que eu era criança mesmo criança e devia ser fofinho e querido e todas essas coisas, como todas as crianças mesmo crianças são. Fá-la recordar um passado nostálgico. Por isso têm valor para ela. Para mim, só têm valor através dela, do que ela me conta.
De resto, um vazio total.
Então faço-lhe um sorriso amarelo e tento dar-lhe o mínimo de atenção necessária para que não se zangue comigo. Isto porque a ela os desenhos têm verdadeiramente um significado. Tudo lhe ocorre quando os contempla. Um tempo em que eu era criança mesmo criança e devia ser fofinho e querido e todas essas coisas, como todas as crianças mesmo crianças são. Fá-la recordar um passado nostálgico. Por isso têm valor para ela. Para mim, só têm valor através dela, do que ela me conta.
De resto, um vazio total.
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