quarta-feira, novembro 30, 2005

Quando era mais miúdo - e tinha pouco com que me entreter, por vezes punha-me a jogar SimCity (Nem de propósito: nota mental – escrever acerca de jogos de computador). Ia às opções e afastava a possibilidade de desastres naturais e todos os outros acontecimentos nefastos que pudessem assolar a minha cidade.

E depois divertia-me a ver crescer. Crescer, crescer, crescer. Atribuía funções aos terrenos, acelerava a passagem do tempo, tentava aumentar as minhas receitas dos impostos para poder ir fazendo ainda mais construção, como estradas, caminhos-de-ferro, metros, escolas, hospitais e demais equipamentos sociais.

Obviamente que, a partir de certa altura, a cidade transformava-se num caos de todo o tamanho, que só não era ingovernável porque eu, providencialmente, tinha acabado com o mal pela raiz, impedido que pudessem surgir os problemas que, de facto, condicionam, e de que maneira, as cidades reais.

Não sei explicar porquê mas hoje ocorreu-me que, provavelmente, a grande falha na educação cívica dos decisores de política deste país, sobretudo ao nível das autarquias, foi o de nunca terem jogado ao SimCity quando era novitos. Talvez assim se tivessem apercebido como eu, que crescer, crescer, crescer não é o cerne.

Ou então não. Porque o SimCity não tinha nem “suborno”, nem “populismo”, nem “eleitoralismo” como opções que eu pudesse providencialmente activar.