quinta-feira, janeiro 19, 2006

Eh pá, eu pensei – um bom bocado antes de decidir pôr o texto, não queria armar-me ao pingarelho. Mas gostei tanto deste parágrafo que não resisti. Não antecipei a totalidade das queixas. Segue uma possível tradução:

“Porque é que a vida tem que acabar mesmo antes do nosso enterro, uma das raras ocasiões de sucesso que nos são garantidas? Imaginei o meu recorrentemente. Encomendo o meu caixão a uma jovem desenhadora com quem, claro está, tenho uma breve aventura. A cerimónia tem lugar num aeroporto ou num teatro, às vezes dentro de uma igreja barroca na Alta Baviera. O interesse deste tipo de enterro fantasista, assim como dizemos «kirsch fantasie» (onde não há kirsch), é que temos o papel principal, mesmo que seja mudo. Estar na capacidade de imaginar o nosso próprio enterro prova que estamos vivos."