O problema é - que eu continuo a achar que, em circunstâncias normais, a Mauresmo nunca ganharia nem à Clijsters e, muito menos à Henin. Porque a francesa tem o problema da maior parte dos bons tenistas que nunca conseguem dar o salto para grandes tenistas. Cabeça. Não basta ter um jogo tecnicamente sólido, saber bater as pancadas todas, corriqueiramente, ter o jeito bem treinadinho.
A pressão mata. Sufoca. A competição é enorme. A única forma de se conseguir vencer e convencer é atingindo níveis de concentração e auto-confiança que a maioria das pessoas não tem. Isso e a ambição necessária para uma dedicação extrema ao desporto. Essa é a marca dos grandes campeões.
No final, pensando bem na questão, penso que teria sido melhor para ela não ter beneficiado das desistências. Mesmo que o custo fosse continuar sem ter uma taça de Grand Slam na prateleira lá de casa. Porque por muito que o título apareça no seu palmarés, por muito que escrevam o seu nome na faixa onde estão todos os vitoriosos de todos os anos, nunca vou esquecer que a Amèlie não ganhou de facto o Open da Austrália. Perderam-no para ela.
É óbvio que não será a primeira nem a última vez que uma situação do género acontece, em que uma pessoa ganha praticamente levada às cavalitas. O problema está em conseguir provar noutras ocasiões que se tem verdadeiramente o nível necessário para sair vitorioso. E a Mauresmo não tem esta fibra. A história da carreira dela tem sido mais da eterna perdedora.
Isto em relação à partida de ontem. O que se segue diz respeito à final masculina que, felizmente, e mandei foguetes quando soube, vai ser uma sessão nocturna em Melbourne, logo pode ser vista aqui pelas 9h00.
Por muito improváveis – que possam eventualmente ser, há sempre alguns contos de fadas. Nunca me hei-de esquecer do fenomenal Roland Garros de 1997 em que um wildcard brasileiro de Floripa, surfista que gostava de ir para o Guincho quando esteve aqui no Estoril Open, ganhou o torneio depois de eliminar pelo caminho Tomas Muster, o homem mais temido na altura em terra batida (que havia ganho o torneio em 1995) e o Kafelnikov, o detentor do título. Em partidas que foram a cinco sets. Na final, derrotou o anterior bi-campeão (1993 e 1994) Sergi Bruguera.
A verdade é que quando toda a gente pensava que o Guga tinha sido um fluke duma dimensão impressionante, o tipo resolveu provar que os que criticavam estavam errados. Voltou a Paris para vencer em 2000 e 2001, com um Masters (aqui em Lisboa) pelo caminho e alguns Super 9. Afinal, o Guga acabou por ser um dos melhores jogadores da superfície no seu tempo.
Lembro-me que em 2000 também existiu um fluke gigantesco, de seu nome Magnus Norman. Chegou a liderar a Corrida dos Campeões. Perdeu Roland Garros para o Guga em 2000 depois de salvar quase dez match points. Chegou a vir também ao Masters de Lisboa. Depois desapareceu. Este sim, foi um grande fluke.
Serve isto de recado a um senhor chamado Baghdatis. Não é normal o nº54 do ranking ATP chegar a uma final deste calibre. A questão não é achar se ele vai ganhar ou não. Honestamente, acho que vai perder para um dos melhores jogadores que alguma vez vi. O que interessa é saber se vamos ter um novo Guga ou uma reedição do Norman.
O tempo o dirá.
A pressão mata. Sufoca. A competição é enorme. A única forma de se conseguir vencer e convencer é atingindo níveis de concentração e auto-confiança que a maioria das pessoas não tem. Isso e a ambição necessária para uma dedicação extrema ao desporto. Essa é a marca dos grandes campeões.
No final, pensando bem na questão, penso que teria sido melhor para ela não ter beneficiado das desistências. Mesmo que o custo fosse continuar sem ter uma taça de Grand Slam na prateleira lá de casa. Porque por muito que o título apareça no seu palmarés, por muito que escrevam o seu nome na faixa onde estão todos os vitoriosos de todos os anos, nunca vou esquecer que a Amèlie não ganhou de facto o Open da Austrália. Perderam-no para ela.
É óbvio que não será a primeira nem a última vez que uma situação do género acontece, em que uma pessoa ganha praticamente levada às cavalitas. O problema está em conseguir provar noutras ocasiões que se tem verdadeiramente o nível necessário para sair vitorioso. E a Mauresmo não tem esta fibra. A história da carreira dela tem sido mais da eterna perdedora.
Isto em relação à partida de ontem. O que se segue diz respeito à final masculina que, felizmente, e mandei foguetes quando soube, vai ser uma sessão nocturna em Melbourne, logo pode ser vista aqui pelas 9h00.
Por muito improváveis – que possam eventualmente ser, há sempre alguns contos de fadas. Nunca me hei-de esquecer do fenomenal Roland Garros de 1997 em que um wildcard brasileiro de Floripa, surfista que gostava de ir para o Guincho quando esteve aqui no Estoril Open, ganhou o torneio depois de eliminar pelo caminho Tomas Muster, o homem mais temido na altura em terra batida (que havia ganho o torneio em 1995) e o Kafelnikov, o detentor do título. Em partidas que foram a cinco sets. Na final, derrotou o anterior bi-campeão (1993 e 1994) Sergi Bruguera.
A verdade é que quando toda a gente pensava que o Guga tinha sido um fluke duma dimensão impressionante, o tipo resolveu provar que os que criticavam estavam errados. Voltou a Paris para vencer em 2000 e 2001, com um Masters (aqui em Lisboa) pelo caminho e alguns Super 9. Afinal, o Guga acabou por ser um dos melhores jogadores da superfície no seu tempo.
Lembro-me que em 2000 também existiu um fluke gigantesco, de seu nome Magnus Norman. Chegou a liderar a Corrida dos Campeões. Perdeu Roland Garros para o Guga em 2000 depois de salvar quase dez match points. Chegou a vir também ao Masters de Lisboa. Depois desapareceu. Este sim, foi um grande fluke.
Serve isto de recado a um senhor chamado Baghdatis. Não é normal o nº54 do ranking ATP chegar a uma final deste calibre. A questão não é achar se ele vai ganhar ou não. Honestamente, acho que vai perder para um dos melhores jogadores que alguma vez vi. O que interessa é saber se vamos ter um novo Guga ou uma reedição do Norman.
O tempo o dirá.
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