sexta-feira, março 31, 2006

Detesto - que me digam que há verbos que não podem ser conjugados na primeira pessoa. Que é tecnicamente incorrecto e mais não sei quê. Não aceito, é uma classificação que vou contestar até ao fim dos meus dias.

Basta ver que, às vezes, amanheço bem-disposto e, então, galopo pelo dia fora ao sabor da minha euforia, nada me toca, esvoaço por entre as chatices e os problemas, os meus olhos relampejam aquele brilho. Também acontece que anoiteça cansado. E, inebriado pelo sono, rosno incessantemente, chovem-me impropérios da boca, trovejo palavras.

Está longe de ser a primeira vez que nasço, por exemplo, depois de um sono bem dormido, ou que eu morro de vergonha. E, para quem ainda possa ter dúvidas, fica aqui a prova de que não sou o único, não estou sozinho nesta cruzada das supostas conjugações verbais impossíveis. Comigo, nada mais nada menos que a grande Lady in Satin.


Moanin' low, my sweet man, I love him so
Though he's mean as can be
He's the kind of man needs the kind
Of a woman like me

Gonna die if my sweet man should pass me by
If I die where'ii he be
He's the kind of a man needs the kind
Of a woman like me

Don't know any reason why
He treats me so poorly
What have I gone and done
Makes me troubles double with his worries
When surely I ain't deserving of none

Moanin' low
My sweet man is gonna go
When he goes, oh Lordy
He's the kind of a man needs the kind
Of a woman like me


Ralph Rainger / Howard Dietz