segunda-feira, março 13, 2006

Nunca percebi a política dos livros. Num país supostamente pobre como o nosso, acho o preço dos livros escandaloso. Dificilmente se consegue trazer para casa um romance dum autor nacional ou uma tradução de um estrangeiro por menos de onze, doze euros. As obras de escritores menos contidos, daqueles que chegam às 500 páginas, facilmente se vêem à venda por vinte cinco euros. As capas são sempre muito coloridas e apelativas, o papel é de boa qualidade, verdade seja dita.

Não consigo deixar de comparar com os livros estrangeiros na respectiva edição original. A grande diferença reside no facto de existir uma vasta gama de edições de bolso, de papel fininho e rasca, aspecto visual que até pode ser de qualidade duvidosa. Mas de preço acessível. Numa prateleira atolhada de livros estrangeiros, nenhum ultrapassa os cinco euros, a média situa-se nos três. Inglês, francês, espanhol, etc.

Em Portugal, lê-se pouco. Não só livros, também jornais e revistas. É um facto. Conheço muita gente que diz não ter tempo, muita gente que, pura e simplesmente, não gosta. Mas também conheço quem diga que é caro. E não me digam que é uma questão da ainda elevada taxa analfabetos no contexto comunitário. Não explica tudo.

Ler em português continua a ser um luxo