sábado, abril 15, 2006

Aos provérbios do género - não há fome que não dê em fartura, não há bela sem senão, não há sábado sem sol, vou acrescentar um da minha laia: não há época de exame sem uma nova fonte de ruído irritante.

Não sei se estão lembrados do senhor das obras que passava a vida a assobiar. Cheguei ao cúmulo de estudar com walkman. Aquele trinado, aquelas melodias de gosto duvidoso, destruíam-me a concentração. Totalmente.

A ameaça, desta vez, é oriunda do reino animal. Um gato que apareceu por aqui há uma semana ou duas. Pequenito, enfezado, doente. O miar é muito estranho, rouco, fundo. Parece uma espécie de Joe Cocker de quatro patas.

E não se cala. Cá em casa, resolveram condoer-se e dar-lhe de comer. Até o levaram ao veterinário. O tipo deve ter achado que era trigo limpo farinha amparo e só tinha que aproveitar a primeira oportunidade para entrar que a adopção estava garantida.

Mas não está. Tirando a minha irmã, ninguém está para aí virado. Ainda para mais porque já moram cá bichos. Um deles, em particular, chama-se Tobias, também é felino e até já foi protagonista de um post de pescada há algum tempo atrás.

Escusado será de dizer que o Tobias anda possesso. Morre de ciúmes da atenção dada ao rival. Não larga nenhum de nós e até recomeçou a comer comida de lata que tinha deixado há imenso tempo porque viu que o outro anda a ser alimentado com as que ele deixou de lado.

Como se não bastasse tudo isto, o rouco gosta de se aventurar e passar o portão. Resultado: pancadaria de meia-noite. Se o novato não pode puxar muito pelas cordas vocais, o outro não tem nenhum tipo de limitação. Está mais perto dum Pavarotti com as mesmas quatro patas.

A ajudar à festa, os dois cães cá do jardim zoológico adoram juntar-se e dar corda à garganta, correr pela casa desenfreadamente à procura de uma porta por onde esgueirar-se e ver a porrada na primeira fila do ringue.

No meio de toda esta balbúrdia está um tipo de calhamaço em frente ao nariz.