sexta-feira, abril 14, 2006

Pedia-lhe - que lhe mostrasse mas a resposta era sempre negativa. Em troca, recebeu a uma justificação que mais parecia uma explicação paternalista. Sentiu-se uma miúda pequena, chamada à razão por um erro do qual a tenra idade não lhe deixava aperceber-se.

Nenhuma intimidade justifica a quebra de todas as barreiras de privacidade. Há coisas que são só minhas. Há coisas que são só tuas. Não tenho que te dizer nada para lá desse limite nem tu para lá do teu. Aliás, nem quero saber aquilo que não é suposto.

Então essa é a nossa diferença. Eu quero saber tudo sobre ti. Não quero que me escondas pormenores, nem sequer que me escondas aqueles que consideras maus. De que outra forma poderá ser senão conhecermo-nos até ao mais ínfimo detalhe?

Conheço-te o suficiente neste desconhecimento.